Foi a melhor decisão que tomei. Por mais gostoso que Dylan fosse, e por mais divertido que tortura-lo era, tinha que acabar.Contudo, algo dentro de mim não concordava com minhas razões. Mas, como eu poderia continuar? Somos incompatíveis! Ele queria coisas que eu jamais seria capaz de da-lo. Já me contou que tivera outras relações, o que quer dizer que ele estava aberto para se apaixonar, e isso era a última coisa que eu queria. Não podia dar a Dylan um relacionamento de verdade caso algum dia desejasse ter. Como ele mesmo havia dito: Eu não era mulher para ele. Eu sabia que ele estava certo, porque na verdade eu não era mulher para ninguém.
Dylan era um cara legal. Antes de nos envolvermos, eu tinha visto como ele era; um cara sorridente, piadista, paquerador e sexy. E eu estava matando tudo isso nele. Roubando a personalidade que o fazia especial para todos que o tinham por perto, tornando-o um cara constantemente raivoso e possessivo. E ei não queria isso.
Suas palavras do outro dia não me abandonavam, e eu fiquei tão triste depois que cheguei a casa, quase tão deprimente quanto quando perdi meu filho, que tomei a decisão de tortura-lo. Tinham me cobduzido a dores do passado e as futuras que eu tão cuidadosamente evitava. Contudo, eu não podia deixar de concordar com ele. Eu não era nem mesmo mulher para uma relação de sexo casual, que dirá algo mais. Não havia jeito ou chance de oferecer nenhum tipo de futuro bom para alguém. Nem mesmo havia essa possibilidade para mim, que dirá para outro. E eu não ia prender Dylan a isso.
No entanto, as palavras dele se repetiam em minha mente, e fiquei com raiva dele por ter trazido a tona tanta mágoa, mesmo entendendo que não era sua culpa. Ainda assim quis brincar, instiga-lo e tortura-lo. Até que estava sendo divertido, principalmente quando o deixei literalmente na mão ao telefone.
Eu estava destroçada, perdida e sem sono, como uma dor de cabeça horrível, quem nem esperara chegar os primeiros raios de sol anunciando o dia seguinte para aparecerem, e lembranças me assaltando. Rolava na cama com insônia e dores, quando Laura me ligou completamente eufórica e bêbada, a fim de saber se eu estava bem, dizendo que Dylan estava desesperado atrás de notícias minha, preocupado.
De início, achei que ele estivesse apenas se sentindo culpado pelo que sabia que causou em mim - quando me mostrei vulnerável demais diante dele. Mas aí Laura disse que ele realmente parecia preocupado, falando sobre eu ter entrado num táxi a uma hora daquelas e bla-bla. Por fim, mandei-a voltar a dormir e decidi liga-lo, mesmo com raiva e sabendo que ele era a última pessoa no mundo com quem eu queria falar. Minha intenção era xinga-lo de tudo que era nome, mas então pensei que mostraria a ele que tinha sido seriamente afetada, e não era o que queria.
Foi aí que ele me deu a deixa para liberar toda a minha fúria, punindo-o. Mas também foi uma forma de fazê-lo se afastar.
Mas quem poderia prever que eu gostaria? Ao ponto de decidi levar mais a sério, provocando-o de todas as formas que sabia que iria atingi-lo. Com prazer, ousadia, quebrando suas defesas, pisando em seu orgulho e atiçando seu lado possessivo. Sabia que seria divertido, e poderia até ter levado adiante, se não tivesse natado que estava me afetando também.Eu não era de ferro, e por mais que quisesse apenas brincar com ele, sentia-me perto de perder o controle - e Dylan era uma tentação. Não haveria mau nenhum em continuar e até leva-lo para a cama de novo e submete-lo - era esse o plano inicial, aliás. Mas então seu mau humor durante toda a manhã me golpeou. A forma como me evitava também, causando determinados sentimentos que eu preferia não ter.
Mesmo antes de terminarmos tudo da primeira vez, Dylan ainda conseguia me suportar e me provocar, me fazer sorrir e até rir com alguma cantada boba e ridícula. Agora, no entanto, ele tinha se afastado, de um jeito tão estranho que me incomodava. Eu não queria perde-lo assim. E, por mais que ainda me doesse lembrar de suas palavras, eu não podia culpa-lo pelo meu passado e pela pessoa que acabei me tornando.
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Minha Tentação - CONCLUÍDO
Chick-LitDuas vidas, um único destino. Dylan Sanchez nunca quis ser o tipo de cara que se tornou; mulherengo, irresponsável e temperamental. Seu sonho era ser tudo o que seu irmão conseguiu ser e ter; um homem bem sucedido profissionalmente, com uma esposa...