Ordem de Salem

A caixa.

Estava encurralado, o que seria de Liz?
Não houve tempo para pensar em sua irmãzinha, o maldito demônio estava se aproximando e pronto para atacar.

Dois metros de distância, as malditas pernas de Daniel pareciam não funcionar, estava paralisado de medo.

Um metro, vou morrer ele pensou.

Meio metro, ele já podia quase sentir o bafo de podridão do demônio.

Pandora deu salto em direção ao demônio, a gata transformou-se em pleno ar em uma lince negra e atacou o demônio antes que ele chegasse em Daniel.

Uma luta entre o felino e o cão infernal, Daniel quase não acreditou quando as unhas do demônio não lhe alcançaram , um sentimento de gratidão por Pandora lhe invadiu o peito. Rugidos e latidos ecoavam na floresta.

Daniel foi rapidamente em direção à caverna, o cheiro de podre só aumentou. A caverna era escura, a única iluminação vinha de uma lareira improvisada e fraca, procurou pela a caixa que a morte tinha lhe indicado.

Encontrou vários caixas de madeira empilhadas sem menor o cuidado, ' azul cobalto' sua mente gritava. Finalmente encontrou uma caixa delicada e com entalhes de flores.

Aquela era a alma de Liz , ele podia sentir o cheiro de gengibre e cor dos olhos de sua irmã era do mesmo tom da caixa.

-Está tudo bem Liz, eu lhe encontrei- sussurrou Daniel para caixa.

Daniel pegou a sacola que havia largado, para procurar a caixa e começou a andar.

"Não por favor, não me deixe aqui! Eu imploro."

Uma voz intensa e delicada, de onde ele conhecia aquela voz? Olhou em volta e seus olhos pousaram no chão, de encontro a uma caixa branca com entalhe profundo. Tocou na caixa e flashes lhe invadiram a visão, mostrando a garota que ele já tinha visto nas ocasiões anteriores.

Hesitou, mas decidiu e levou a caixa guardada na sacola junto com a da irmã, ao sair percebeu que Pandora estava vencendo a luta o demônio estava cansado e machucado.A felina assim que avistou Daniel correu em sua direção, transformando-se em uma égua preta, ela se curvou e Daniel subiu em seu dorso, Pandora calvagava furiosamente.

Chegaram à porta em segurança, Daniel desceu do dorso da égua, que lhe dirigiu um olhar de nojo. Ainda assim ele estava grato, percebeu que Pandora estava ferida no focinho, ele procurou pelas ervas que tinha trazido.

Ele tentou em vão colocar nos ferimentos da égua, que se esquivava sempre que ele tentava. Por fim Daniel desistiu, Pandora voltou a sua forma inicial.

-Como vamos sair daqui?

- "Use o anel"- ordenou a garota da caixa.

Como o anel serviria? O poder dele era apenas em Massachusetts.

-"Use já o anel, seu o que digo!" - repetiu a garota.

O rapaz manteve a concentração no anel já erguido próximo ao rosto e pensou em sua casa,no cheiro do jardim e no gosto da comida, desistiu. Quando levantou a cabeça novamente, viu que estava em uma clareira, na pequena mata no fundo de sua casa.

-Quem é você?- perguntou abrindo a sacola e encarando a caixa.