Ordem de Salem

Subterrâneo dos segredos.

- Nada disso! - Susanna exclamou surpreendendo a todos - Sua costas estão machucadas, eu percebi e nem sabemos quanto sangue se deve doar.

Em resposta a pergunta indireta da moça, um pilão de madeira surgi na frente do grupo. O pilão era grande, do tamanho de uma caçarola média e com certeza ele deveria ser enchido até a metade, pois uma marca aparentava isso. Daniel sabia que o seu sangue serviria, ele havia sido um filho revoltado no passado, mas ele se considerava bem mais útil do que Henry na peregrinação em busca da chave.

- Isso vai te incapacitar. - Tiana começou - E sobretudo vai demorar para tirar tanto sangue.

- Pulsos. - falou Henry sorrindo fracamente.

- Quer cometer suicídio? - perguntou Susanna.

- Tiana pode selar os pulsos dele, depois dele doar o sangue. - sugeriu o outro rapaz.

- Ótimo, então farei isso. Estou em dívida com a Ordem e essa será a forma de pagamento. - falou o rapaz de olhos azuis de forma a evitar objeções.

Daniel pegou o punhal em sua sacola e entregou ao irmão, fazendo de um tudo para evitar tocar na pele do outro.

- Não vai conseguir andar depois disso, vai ficar fraco demais. - Susanna falou com suavidade - Eu acho uma boa ideia eu ficar aqui com Henry.

Daniel entregou a caixa para a dona e viu o irmão seguir até o pilão.
Henry rasgou seus pulsos com um arquejo, o sangue escorreu abundante pelos os cortes. Em cerca de três minutos eles perceberam o campo ficar menos opaco, o sangue já atingira a marca e o doador estava tonto de fraqueza. A garota lobo correu para a ajudar e o apoiou em muro próximo. Bruxa, humano e gata seguiram atravessando a névoa.

Atrás de toda a cortina de fumaça, uma vale plano e verde se estendia e de repente uma mulher negra com a mesma aparência que a Morte Daniel constatou, apareceu a única características que a diferenciava eram as vestes. O manto que cobria a mulher alvo de uma maneira nunca vista por nenhum deles, Pandora se curvou em referência.

- Olá querida serva de minha amiga irmã - falou a mulher com uma voz tão suave que quase os fez derreter - Olá meus amigos, estão aqui em busca dos segredos ? - a mulher continou rindo com ternidade - Não, estão em busca de duas chaves. Uma para Susanna e outra para os outras bruxas.

Ninguém se pronunciou a presença da mulher era exultante demais para palavras serem proferidas.

- Vejo que ausência de respostas afirmam minhas expectativas. Quero dizer quem cala consente, certo? - a mulher tinha uma voz tão sublime que mais parecia uma alucinação - Ah, Daniel.

A Vida se aproximou do rapaz e lhe tocou o rosto. Depois se dirigiu a Tiana.

- Sua beleza é grandiosa, minha jovem. Porém, com toda certeza não é tão importante quanto os princípios que você desenvolveu nos últimos tempos. - a mulher exibia um sorriso orgulhoso - Já você Daniel, deve tomar cuidado com arrogância. Não sei se percebeu, mas todos os seus poderes vêm de Tiana. Todos os seus feitos foram intermediados por outras mulheres. Desde do exorcismo de Liz , onde Lana foi quem finalizou o ritual até sua clarividência que começou a surgir com a chegada de Tiana.

O rapaz se sentiu envergonhado, havia pensado muitas vezes que Ordem dependia dele para ser salva.

- Não se preocupe meu querido, a arrogância é comum aos humanos. - a Vida o consolou - Seu maior erro hoje foi ter deixado seu irmão se sacrificar doando o sangue ralo que ele possui, saiba Daniel que nem a pior miséria pela qual você e sua família passaram alcançam todo o sofrimento de Henry. - ela continuava o repreendendo - Vamos ao que interessa.