A garota.

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A família toda se reuniu em caloroso abraço, a paz era dominante Liz havia voltado limpa e pura. Até que Daniel sentiu um aroma diferente no ar, lavanda. E sumiu deixando as irmãs e a mãe .

- Onde estava? - interrogou Tiana.

A moça estava visivelmente irritada, o espartilho creme que usava apertado estava se movendo rapidamente dando sinais do quanto a garota estava pronta para o ataque.

-Estava cuidando da minha família. -respondeu Daniel com cuidado.

- Sabe quantas vezes eu lhe chamei? -gritou Tiana, Daniel percebeu que estavam na mesma floresta de antes. - Você tem que me obedecer!

- Desculpe. - Daniel falou engolindo seu orgulho com dificuldade.- Eu tive que fazer uma viagem, fui comprar remédios para minha irmã.

- Certo, sua irmã não foi? - bruscamente a garota se pôs segurando a mandíbula de Daniel, encostando os lábios no ouvido dele. - Escute, se eu souber que você anda me traindo eu juro lhe matar. - Sussurrou.

- Não temos nada, como posso lhe traí?

- Você é meu servo esqueceu, eu mando em você. E eu digo que não quero você com outra garota e você obedece. - Zombou ela.

- Está bem, não que isso vá dá um grande trabalho. - disse o rapaz irônico.

- Não brinque comigo Daniel, eu sei todas as regras do jogo, porque eu sou que dona do jogo. - exclamou Tiana sacudindo a saia azul marinho que chegava até o joelho.

- Certo. - respondeu Daniel prendendo o riso, era espantoso o tamanho do ego daquela menina.

- Escute, hoje terá uma grande cerimônia no templo.

- Provavelmente é apenas para os poderosos.

- E para quem eu quiser levar, eu levarei você.

- Não posso, não tenho um traje.

- Vai encontrar um no seu quarto.

- Sou pobre e o último grau na elite, vai mesmo querer me apresentar ao outros ? - questionou ele.

- Você não deve fazer perguntas, deve ser obediente! - disse Tiana com arrogância.- Agora vá, mas se sumi novamente não respondo por mim.

O cheiro de lavanda novamente surgiu e a imagem da menina ruiva foi se apagando dos olhos de Daniel, até outra moça de olhos e cabelos claros surgi aos poucos.

- De novo! - zombou Lana - Veja só mãe, Daniel conseguiu uma moça da alta sociedade. - gargalhou.

- Cale-se!

- Lana, você é tão má as vezes. - disse Kalissah - Daniel tem o direito de sai com quem ele quiser.

- Mãe, ela é a filha da líder teve a melhor educação na academia de bruxas da Inglaterra, acha mesmo que ela quer algo além de diversão com Daniel.

Daniel estava ficando constrangido com aquela conversa, não podia dizer que achava a filha da líder repugnante e egocêntrica e que só estava saindo com ela porque não tinha escolha.

Subiu as escadas e deixou Lana gozando da situação, quando as outras perceberam que ele não estava mais na cozinha começaram a comentar freneticamente. Chegando em seu quarto viu o traje, era bonito tinha no tom de azul marinho lustroso.

-" Ela tem um bom gosto!"- disse a garota da caixa o assustando.

-" Você também não!" - exclamou mentalmente.

- "Desculpe, você não gosta dela?"

- "Bem..."

- " Ah por favor, me perdoe estou sendo muito curiosa. Não me diga, e a propósito obrigada por me salvar"

-" Não precisa agradecer, qualquer um faria isso."

- " Não faria não, obrigada mais um vez você salvou minha alma."

- " Quem é você?" -falou abrupto - "O quero dizer é que eu me sinto como já lhe conhecesse."

- " Que estranho! Eu não compartilho com você a mesma sensação, mas você foi a única pessoa que me ouviu e tem um cheiro bom, meu nome é Susanna."

Cheiro bom? Que tipo de bruxa se importa com cheiro de um humano, o cheiro dos homens era quase impercetível por mais colônias que eles usassem o odor deles era fraco comparando ao das bruxas.

-"Então Susanna, a que Ordem você pertence?"

- "A nenhuma eu acredito."

- " Uma bruxa peregrina então?"

- " Não exatamente. "

- " Então o que você é? "

- " Não sei! As últimas coisas que eu lembro são de florestas puras, límpidas os sons e cheiros presentes e constante."

- " Talvez você seja uma bruxa da natureza."

- " É possível, eu não sei."

Daniel deixou sua cabeça se acomodar ao travesseiro velho , estava decidido a tirar um cochilo não sabia exatamente que horas Tiana iria buscá- lo, olhou para Pandora que descansava em cima de uma mesinha do quarto.

Depois de dançar com a morte, demônios, gatas mal humoradas, garota da caixa, exorcismo e todo o resto ele merecia um descanso. Fechou os olhos e dormiu gloriosamente. Só acordou horas depois com um terrível piado de uma coruja avermelhada em sua janela.

Levantou foi até a coruja e removeu o recado que o pássaro trazia, a caligrafia era forte e definida.

" Esteja no Jardim de sua casa às oito, vou pegá- lo em um charrete.
- A garota mais bonita que já viu, Tiana"

Daniel olhou para o céu viu que se aproximava das cinco, olhou para caixa e para a gata ambos pareciam está dormindo foi tomar banho e se trocou no banheiro não sabia se a Susanna podia vê-lo.

Quando estava pronto se encarou no espelho, ele estava atraente a roupa era sob a medida ideal olhos escuros estavam vívidos graças às horas de descanso, preferiu que o cabelo ficaria melhor para trás.

-"Nossa!"

Ordem de SalemOnde histórias criam vida. Descubra agora