E agora?

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As correntes lhe atingiram como chicotes espinhosos congelados. Uma voz grave e furiosa soou.

- Pensou que não iríamos te encontrar.- disse um homem furioso.

Daniel estava sem reação, sua voz tinha se perdido antes mesmo do ar sair de seus pulmões, era como se ele estivesse se afogando em um líquido pegajoso. Só agora tinha se dado conta do que iria perder.

- Não fiz nada! - limitou- se a dizer.

O homem que o prendia era forte e barbudo, com rosto duro de trabalho e Daniel podia sentir suas cheias de calos, mãos que apertavam o seu pescoço com uma força que poderia estourar sua traqueia.

- Você não deve fazer nada, Luís! - era uma voz familiar.

Quando a dona da voz entrou no campo de visão de Daniel ele reconheceu a senhora da biblioteca imediatamente, a mulher era diferente em muitos aspectos do homem tantas diferenças físicas como diferenças profundas.

Daniel nunca tinha olhado muito bem para a senhora, mas diante das circunstâncias prestou a atenção em cada ruga que o rosto cheio de sabedoria tinha. Os olhos eram azuis cobaltos, e cabelo ralo e branco.

O que ela tinha de familiar?

Não houve tempo para refletir, o homem cujo nome e era Luís lhe lançou no chão com uma força de dez homens, Daniel podia jurar ter ouvido algumas da suas costelas quebrar.

A última coisa que ele viu foi a líder invocando o feitiço "Sonyum'' e suas pálpebras caíram pesadas sobre seus olhos cansados.

Uma dor crepitante queimava em seus ossos, principalmente em suas costelas direitas, seus  olhos estavam pesados e sua boca tinha um gosto amargo. Abriu os olhos com dificuldade, estava escuro e tudo que podia ver era uma tocha e que existiam grades o separando dessa tocha.

Suas pupilas foram se adaptando ao escuro, e quando seu campo de visão ampliou viu o homem que partiu suas costelas e esmagou sua traqueia, ainda bem que o portão os separava. Caso contrário Daniel temia que não seriam apenas alguns ferimentos e ossos quebrados.

- Então acordou! - disse o homem gigante com uma voz de pura fúria.

- Não... fiz nada... - Daniel falou com dificuldade.

- Você matou meus filhos- fugiu o homem socando a parede - Eu vou cuidar pessoalmente de sua morte!

- Sinto muito...mas não sei como aconteceu!- choramingou Daniel.

- Deixe-o em paz, Luís! - voz calma da senhora da biblioteca surgiu junto com a aparência acalentadora.

- Eu não fiz por querer! - disse Daniel em prantos.

A mulher apenas sorriu com doçura.

Tiana entrou em seguida, seu expressava seriedade e determinação.

- Saíam quero falar com Daniel!

- Mas...- começou Luís.

- Mas nada, você sabe que a líder tem o laço mais forte comigo. Sendo assim eu serei a próxima. Saía! - Ordenou.

E foi obedecida. A senhora sorriu para Daniel, mas o homem lhe lançou um olhar ameaçador.

- Daniel, como conseguiu conjurar fogo? - Tiana começou sentando- se pertos das grades.

- Não sei, eu sonhei... Foi sem querer eu não queria machucar ninguém...Eu juro.- respondeu ele desesperado.

- Eu sei, que você não fez por querer. Você não tem noção de um poder tão grande que é necessário para conjurar fogo dentro da Ordem, principalmente para um humano. Me conte!

Daniel contou tudo detalhadamente sobre seus sonhos, desde das Bruxas Carmins aos detalhes do rosto da garota. Contou sobre sobre caixa, sobre Susanna e os livros.

- Daniel, eu acho que você é um vidente! - disse Tiana séria.

- Um vidente? Mas é impossível, eu sou humano!

- Arthuro também.

Arthuro conhecido vidente por salva três clãs poderosos de extinção. O humano com habilidades especiais previu que os clãs se revoltariam por causa de um simples cristal da lua, iriam se destruir.

- Mas é extremamente raro!- Daniel exclamou- E por que eu?

- Raro, não impossível...- Tiana começou.

- Acabou seu tempo. - era a líder falando.

- Mãe, ele sonhou com as bruxas carmins!

- Não importa, seu tempo acabou. Volte para casa Tiana!- ordenou a líder.

- Mas...

- Você é surda?! Não me venha com sua insolência, procure outro rapaz para se divertir, e quando crescer perceba o quão idiota foi!- gritou a mulher.

O rosto de a Tiana ficou rubro e Daniel conseguiu ver uma lágrima cristalina escorrer em sua face, um sentimento de fúria e constrangimento tomou conta da alma dele.

- Como pode falar com sua filha assim? - gritou  Daniel.

A mulher limitou- se a encarar o rapaz, caminhou até as grades e sussurrou de maneira que só os dois ouvissem.

- Ela escolheu certo.- depois de pronunciar isso pegou a filha pelo braço e fui embora.

Ela escolheu certo? Que tipo de comentário era aquele, não tinha nexo algum, mas agora estava sozinho de novo e sem saber o que fazer.

- O que disse sobre as bruxas carmins? - Luís havia voltado.

- Você ouviu?

- Apenas a garota dizendo algo sobre as bruxas carmins.- respondeu o homem.

- Antes permita que eu me explique, quero que saiba que não matei seus filhos. Minha casa também foi atacada pelo demônio, eu e minha também sofremos.

Daniel contou tudo sobre o sonho e como havia salvado a irmã, omitiu alguns detalhes como Susanna e inventou alguns coisas. Luís o encarava com uma expressão imparcial, estava refletindo se acreditaria ou não.

Se acreditasse teria que ir para casa imediatamente para escondeu sua única filha e sua mulher.

- Se estiver mentindo juro que lhe mato.- foi tudo que disse.


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Oiii, 

Espero que gostem do capítulo, aguardem os próximos!

Obrigada.


Ordem de SalemOnde histórias criam vida. Descubra agora