A batalha

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Daniel continuava olhando sua família, todos estavam lá incluindo seu pai e Lana. A possibilidade de ter toda a sua família unida novamente, todos juntos para sempre. Até que uma garota apareceu de súbito ao seu lado, ela tinha cabelos castanhos... Era a garota, a mesma pessoa que havia assombrado seus sonhos várias vezes, era ela, a presença dela fez ele parar de andar.

- Daniel, sou eu, a Susanna! - falou a moça.

- Susanna?!- chamou o rapaz surpreso.

- Sim, sou eu!- afirmou ela.

-Mas você é garota que apareceu em meu primeiro sonho! - exclamou assustado.

- Isso não importa agora! - interrompeu Susanna - Não se afaste de Tiana, sua força vem dela!

Daniel olhou para a sua família que agora estavam erguendo os braços em chamamento.

- Eu não posso, eu não posso deixá-los Susanna. Eles são a minha família. - respondeu alienado a imagem do grupo.

- Não! Eles são uma ilusão. - gritou a garota.

Daniel não respondeu continuava vidrado na ilusão causada pelo o demônio, Tiana o observava com terror e torcia para que ele escutasse o que a desconhecida lhe falava.

Susanna havia conseguido sair da caixa e aquela sensação parecia similar a algo que ela tinha tido na noite das Carmins, era libertador está fora daquele cubículo e sentir todo o ar externo. Entretanto, ela não podia apreciar aquilo devido as atuais circunstâncias. Assim que ela visualizou o lado de fora da caixa, logo percebeu a ligação e a dependência que Daniel tinha com Tiana, e o fato dele está se afastando da bruxa o fazia perder poder deliberadamente.

- Daniel! - gritou Susanna com mais firmeza - Pare imediatamente, sua força vem de Tiana e se afastando dela você se aproxima da morte!

Morte. Aquela palavras tocaram a alma de Daniel como uma inesperada brisa fria, então ela foi subitamente tomado por uma culpa que suas lembranças lhe traziam com tamanha facilidade. E aos poucos sua família foi desaparecendo e a angústia permanecia exalando sua carne, seus ossos se tornaram gravetos e seus joelhos cederam e todo seu corpo caiu por terra.

- Eu matei...- ele começou falar entre os soluços - Fui eu quem entregou meu pai na vila, eu disse ao caçador que ele era casado com uma bruxa por pirraça.

- Você era uma criança não teve culpa, é inocente - consolou a moradora da caixa.

- Eu já era velho o suficiente para saber o que iria acontecer, eu sabia..
-continou ele.

O tempo correu em retrocesso, Daniel era só um menino que havia desobedecido o pai durante um jantar com personalidades importantes, foi apenas uma resposta mal criada que o garotinho deferiu ao pai, mas o homem se constrangeu. Logo após as visitas saírem da casa da família, o pai de Daniel o mandou ir para o sótão e lá aplicou um doloroso castigo físico no menino magricelo. O chicote ardeu uma dúzia de vezes na carne do menino inocente e havia sido suficiente para deixar marcas até os dias atuais.

No dia seguinte Henry, o pai, despediu- se da esposa e foi chamar o filho para uma ida comunal à vila próxima a Ordem , o menino tinha as costas doloridas e esperava que o pai se desculpasse do fato ocorrido na noite passada, porém, isso não aconteceu o homem continuou em silêncio apenas instruindo ordens ao menino machucado. Henry mandou que seu filho esperasse dentro de uma loja enquanto ele resolveria um assunto.

O menino viu seu pai cruzar a rua e se deparou com o homem que dizia amar sua esposa abraçar calorosamente outra mulher, o pequeno corpo de costas doloridas se encheu de fúria e transbordou, um homem surgiu na frente do menino e perguntou se ele estava bem e o que ele olhava tão fixamente, Daniel respondeu com impulso que olhava um marido de uma bruxa. O caçador Hopkins virou-se para constatar o que menino havia lhe contado se deparou com apenas um homem misterioso, a mulher já tinha ido embora em poucos segundos.

Ordem de SalemOnde histórias criam vida. Descubra agora