Daniel se assustou ao ouvir as palavras.
-"Ah desculpe-me, não quero xeretar. "
-" Tudo bem. Consegue vê através da caixa?"
-" Com pouca nitidez, preto e branco."
-" Hum... Bem, eu terei que sair um pouco. Amanhã eu irei na biblioteca subterrânea, por sorte deve ter algum livro sobre almas em caixas, vou lhe ajudar a voltar para casa e encontrar sua família."
- " Muito obrigada, você é tão generoso."- a voz dela era pura gratidão.
- " Nada a de quê".
Que sensação boa era aquela que vibrava nas veias de Daniel, nada havia mudado, então por que aquela sensação de bem-estar o preenchia, devia ser apenas a volta de Liz.
Parou de se olhar no espelho e observou a caixa que estava no banco acolchoado da janela, ficou surpreso ao ver Pandora alinhada a caixa de madeira, ficou assustado ao ouvir a felina ronronar tão alto que ele pode ouvir mesmo estando no outro extremo do quarto.
-"O que posso dizer? Acho que ela gosta de mim, estranho não é?"
-"Não felinos costumam gostam de mulheres, porque os homens tem uma voz grave que irrita a audição aprimorada dos gatos."
-" Se você diz, mas ainda acho estranho."
Daniel tinha que admiti a Susanna era algo que tinha chegado mais próximo de um amigo, o primeiro laço de amizade. Depois que o pai de Daniel morreu, o rapaz mudou, passou de um garoto social e extrovertido para um homem misterioso.
Susanna libertava aquele menininho que havia sumido, ela trazia de volta a vontade de rir sem o menor motivo. Talvez fosse o fato dela está dentro de uma caixa, aprisionada e que até agora não havia tercido nenhuma reclamação. Ou a voz calmamente que lhe lembrava a de sua tia Gyla que havia ido morar em uma Ordem francesa.
Seus devaneios foram encerrados, quando se deu conta da hora. Desceu a escada rapidamente, sabia o que teria que enfrentar quando chegasse ao hall, tinha treinado o que dizer durante o banho.
-Ora, ora... - disse Lana com um sorriso - Veja só como o rapaz esta bonito, é a filha da líder? É sim, boa sorte Dan. - Daniel quase capotou quando ouviu o tom de cúmplice na voz de Lana.
-Quem é você?
- Está vendo, toda vez que sou gentil vocês reclamam. Tudo bem vou continua com meu senso de humor comunal. - Lana respondeu, claramente ofendida.
- Não é isso, é só que...
- Mamãe, Lori! Corram! Venha ver como Daniel estar. - Liz estava de volta, e isso significava seus gritos agudos e sua interminável tagarelice estavam também,mas aquilo era melhor que bom. Era perfeito.
- Uau!- exclamou Lori.- Você cresceu Daniel.
- Liz está tudo bem? -Daniel disse se dirigindo a irmã mais nova, recebeu uma afirmação com uma balançada de cabeça - Sim, eu cresci. - disse olhando para Lori.
A mãe observava tudo silenciosamente atrás da pilastra, quase invisível, estava abatida os últimos acontecimentos havia a corroído por dentro, uma dúvida consumia ardentemente sua alma. Seus filhos eram tudo, e aquela cena que ela assistia meio invisível, era como uma reintegração dos pedacinhos de seu espírito.
- Está lindo! - exclamou Kalissah - Uma cópia perfeita de seu pai.
-Obrigado! - devolveu Daniel - Bem, estou feliz por estarmos juntos, mas creio que Tiana não vá querer que eu me atrase.
- Cuidado, daqui a pouco ela vai querer que ande com roupas iguais. - zombou Lana.
Daniel ignorou e saiu para o jardim, esperou de pé não poderia dizer que estava ansioso, talvez curioso fosse a palavra. Ele não lembrava como era ir a uma festa. Não foi preciso esperar muito, pois um elegante carruagem sem ninguém nas rédeas parou em frente a sua casa.
Dela desceu Tiana, a moça estava linda. Os cabelos ruivos e cacheados estavam presos em um coque frouxo que deixava alguns cachos caírem na altura dos ombros, aquela cascata laranja estava enfeitada de minúsculas orquídeas brancas.
E o que falar de seu vestido, era longo e abria- se em uma fenda até acima do joelho. A cor no tom de pétala de rosa envelhecida, davam destaque aos olhos verdes intensos da jovem, os ombros pálidos e nus estavam enfeitados de cristais da Lua quase impercetíveis.
Talvez sim, talvez não. Era uma certeza Tiana era a moça mais bela que Daniel havia visto, ela o encarava com ar divertido, como se soubesse o que ele pensava.
-Gostou? - perguntou de repente - Sabia que o traje ficaria bem em você.
- Obrigado. - respondeu ainda encantado com beleza dela - Está linda!
- Eu sei. - rebateu ela convencida - Agora vamos,não podemos nos atrasar.
Ela entrou na carruagem sem condutor, Daniel a seguiu e ao entrar percebeu que se tratava de um transporte de luxo.
Eles seguiram até a luxuosa casa de Tiana, permaneceram o caminho em silêncio, apenas Tiana jogava olhares de satisfação.- Certo, você vai se apresentar como meu acompanhante.- disse Tiana.
-Sim senhora.- respondeu Daniel.
-Pare de gracinha.
- Sim, senhorita.
Ao entrarem na casa, Daniel percebeu que era muito parecida com a que já tinha morado, todos do salão ergueram o olhar para Tiana. Era óbvio o motivo, ela era a mais bela.
Daniel percebeu que os outros homens do salão, ergueram olhos desejosos para Tiana, ele sentiu um calor subir na sua nuca. O que era aquilo? Ciúmes? Não podia ser.
A líder foi até o meio do salão, todos prestaram atenção no movimento da mulher madura.
-Caros irmãos.- começou a mulher - Estamos reunidos aqui por um motivo triste, nossas jovens irmãs foram corrompidas por demônios das bruxas vermelhas, não encontramos elas. Porém encontramos um impostor em nossa Ordem, ele ou ela conjurou fogo proibido na mesma noite do ataque.
O coração do rapaz gelou, o sonho que com ele havia trazido o fogo proibido.
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Obrigada por ler, Daniel está l-a-s-c-a-do.
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Ordem de Salem
Mistério / SuspenseQueima,arde e mata. Em 1691, a inquisição matou milhares de mulheres acusadas de bruxaria, mas muitas conseguiram fugir e se abrigar nas Ordem. Daniel é filho de uma bruxa e vive na Ordem de Salem, sua vida pacata dentro dos limites bruxos irão muda...