Carmins III

812 106 8
                                    

Emilly continuou ali,Lana havia usado seus últimos fiapos de poder bruxo para manter a garota paralisada, precisava de paz em meio ao caos para falar ao seu irmão.

- Daniel, eu quero que saiba que eu tive um bebê.- Lana falou com a voz fraca.- Quero dizer que eu fiquei grávida de um humano, seis meses atrás, mas ele me abandonou e eu odiei o feto que estava se desenvolvendo dentro de mim.- lágrimas começam a escorrer pelo o rosto dela.

-Não se culpe Lana, todos cometem erros.- Daniel disse em consolo.

- Eu matei um inocente, por birra e orgulho, eu me arrependo todos os dias que eu acordo, todos os dias que eu vejo outra criança pequena, ou uma mulher grávida.- disse entre os soluços- Eu fiz sem pensar, não aceitei que alguém houvesse me trocado por uma humana, quando o demônio que estava dentro de Liz, me confrontou sobre isso a culpa cresceu em mim.

- Ele só estava tentando deixá-la mal, queria corromper você.- disse Daniel.

- Matei meu filho, o enterrei de forma vergonhosa em pântano fétido- a lágrimas manchavam o rosto da mulher moribunda sem pausa.- por favor, eu estou indo embora, não quero que ninguém evite isso, pois eu quero ficar com meu bebê, quero o perdão.

- Não Lana, você deve ficar...- disse em prantos o rapaz.

- Me enterre junto a ele, você o encontrará no pântano ao leste do litoral, nos enterre onde os campos são verdes e flores perfumadas, onde brincávamos quando era pura e inocente, onde passamos nossa infância quando eu era simpática e doce, nos enterre lá.- os olhos dela foram fechando.- Daniel, viva e volte a ser o mesmo rapaz de antes.

O pouco de vida que preenchia Lana foi se esvaindo, ela havia sido perdoada, o sacrifício que fez foi muito grande aos olhos da Morte, e agora ela e seu bebê viveriam eternamente felizes, no vale onde Lana e Daniel brincavam quando criança.

Kalissah, Liz e Lori sentiram a morte de Lana como um apunhalada no peito, foram o mais rápido que puderam para o lugar onde Lana descansava com uma flecha encravada no peito, por algum motivo Emilly permaneceu estática, observando a cena.

Vai doer para sempre, será como espinho talhados nas artérias que machucam toda vez que o sangue passa, e o sangue passa o tempo todo. É impossível expressar a dor daquela família, não iria passar nunca, era torturante ver a filha e irmã morta. Era infinito, sempre seria, tal como a morte de Henry.

Kalissah levantou-se com toda fúria que sua dor permitia existir, e foi em direção a Emilly, a moça estava estática, esperando a clave que estava na mão da mulher esmagar seu crânio.

- Vou lhe matar o mais lentamente possível.- disse Kalissah.

A dor mais havia lhe transformado, essa a propriedade da dor ela transforma e destrói.

- Emilly! - um urro masculino soou em meio ao caos.

Todos acompanharam de onde saía a voz, encontrando um rapaz. Não um rapaz comum, ele era a cópia perfeita de Daniel,exceto pelo os olhos, os olhos deles eram azuis como os de Henry.

- Henry!- gritou de volta Emilly.

Por milésimos Henry pode encarar aquelas pessoas enquanto salvava sua noiva, ele viu os olhos negros e profundos que pertenciam a um rosto e corpo idênticos ao seu. Quem eram eles?

Quem era ele? Daniel se perguntou enquanto Emilly montava na garupa do rapaz. Kalissah não acreditava no que estava vendo, ele e estava vivo, Henry havia mentido, seu amado esposo havia mentido, aquilo era demais para ela.

Kalissah desmaiou, o cavalo que levava o casal diminui a velocidade diante o solo cheio de lama pegajosa na qual estavam.Um lobo surgiu na lateral da florestas, um lobo castanho cheio de fúria animalesca, latiu alto para o casal que estava em cima do cavalo e os atacou.

O lobo prendeu a mandíbula no ombro de Emilly, mais era evidente que o animal estava em busca da jugular da caçadora de bruxa, o desespero marcava o rosto moreno de Emilly tanto quando o sangue marcava as roupas dela. Henry deu bofetada com a besta no maxilar do lobo que cedeu diante a dor.

Não era um lobo, era uma fêmea que desistiu do casal e interpelou contra uma bruxa Carmim que havia se aproximado dos Halkina sem que eles percebessem, a bruxa de vermelho foi desmembrada em pouco tempo, a loba partiu para bruxas de manto vermelho que estava ameaçando as outras mulheres da Ordem.

Henry e Emilly haviam partido, Daniel apenas olhou para Liz que entendeu que deveria ir para casa com a mãe e Lana, pois ele e Lori iriam lutar para defender a Ordem de Salem das Bruxas Carmins e dos caçadores que lutavam do mesmo lado. A loba continuava atacando tudo o que não fazia parte da Ordem, o animal estava do lado deles.

----------------------------------------------------------

Olá, 

Sei que demorei imensamente para postar, é que ou aluna do IF e aluno de IF não tem vida social no final do ano, além disso estava um pouco desmotivada, tomei raiva da história inteira e pensei em desistir. Cheguei a apagar dez capítulos dos rascunhos, joguei tudo fora e tentarei dá um novo rumo a história e as personagens, e agora cá estou eu publicando este capítulo.

Muita gente mandou mensagem e eu agradeço!

Obrigada e boa leitura!


Ordem de SalemOnde histórias criam vida. Descubra agora