Revelações

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Foi em um inverno rigoroso, a jovem Kalissah Halkina entrou em trabalho de parto pouco antes da hora do jantar, seu marido e tenro companheiro viu a mulher por quem largou a vida humana e seus privilégios sofrer com as contrações, correu para ajudá-la.

Era uma tradição, os filhos devem nascer pelas mãos dos pais. Henry já havia realizado dois outros partos, as duas lindas filhas: Lana e Lori. A neve caía na grande casa dos Halkina, os gemidos e prantos  de Kalissah ficavam misturados com as palavras de consolo emitidas por Henry, as duas meninas mais velhas foram para o quarto esperando a chegado do novo integrante do clã.

Henry carregou a mulher para o quarto com toda força que tinha, a ajeitou na cama macia e confortável e foi buscar os panos e outros acessórios básicos ,porém, necessários naquele momento tão crucial. Ele ficaria grato se outra linda menina surgisse, mas ficaria realizado se um menino nascesse do ventre de sua amada esposa bruxa.

-Está na hora querida- falou docemente.

- Eu amo você Henry- disse Kalissah antes de suspirar as palavras mágicas e cair em um transe.

Foi mais rápido que o nascimento de Lana, e mais demorado do que o abrupto de Lori. E ali estavam seus dois filhos, meninos, como ele tanto desejara. Por mais que Henry amasse Kalissah e tivesse abdicado sua vida mundana para viver ali naquele antro de bruxas, ele pensava nas diversas possibilidades. Olhou para os dois filhos quase idênticos, apenas os olhos diferentes. Havia deixado tudo.

Deixou sua pobre irmã Amanda para ficar com inimigo, pobre Amanda iria viver sozinha para a eternidade, mas Henry tinha uma escolha. Kalissah não sabia que eram gêmeos, preferiu a surpresa ao acordar depois do sono. Henry tomou sua decisão daria a um dos filhos a oportunidade de viver como um humano, de viver sem os perigos das caçadas e da magia. E escolheu aquele que tinha os olhos azuis.

Foi até o quarto das outras filhas e pediu para que elas cuidassem do outro bebê, pois uma coisa horrível havia acontecido o pobre irmãozinho havia morrido. E com essa mentira ele saiu enquanto sua amada esposa dormia em um tranquilo sono de descanso.

Amanda não hesitou em aceitar o sobrinho, apesar do coração duro e gelado a mulher se sentia sozinha por seu tamanho egoísmo. E assim foi a última vez que Henry viu o filho, filho que teve o mesmo nome do pai, filho que Kalissah passou a vida acreditando que estava morto por uma fatalidade sem possibilidade de reversão.

Assim Henry cresceu acreditando ser órfão, criado pela tia rígida que exigia seu melhor nos treinos de caças às bruxas. Henry encontrava abrigo apenas em uma única pessoa, sua noiva Emilly que ele sabia que podia ser doce feito mel, mas também ácida feito o vinagre.

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- Quem são eles tia?!- inqueriu o rapaz confuso depois de ver uma cópia sua em um clã bruxo.

- Eles quem queridos?- pegou com uma doçura falsa Amanda.

- Os bruxos, aqueles da Ordem que a senhora nos mandou atacar, o homem igual a mim.


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 Olá, sei que não tenho postado mais estou com um bloqueio. Espero que gostem, obrigado por ler!


Ordem de SalemOnde histórias criam vida. Descubra agora