3° Capítulo

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Nina

Ela me mostrou o vídeo e eu fiquei tão chocada tanto quanto ela, eu estava esperando uma reação dele, sei lá ele poderia ter parado o beijo, mas não a cada segundo ele beijava a tal loira mais e mais, não queria nem saber aonde isso iria parar, tirei o vídeo e pensei que seria melhor resolver isso amanhã, porque com certeza a cabeça dela deve estar uma bagunça agora. Evitei dar qualquer conselho para ela no momento.

Por isso que nunca curti essas coisas de me apaixonar, de namoro, isso não é pra mim!

Disse a ela que iríamos na sorveteria e depois iríamos dar um passeio na pracinha. É tudo perto daqui, mas quando olhei a expressão em seu rosto de quem não queira sair e pensei que com certeza ela não tinha trago dinheiro, apenas falei que ela querendo ou não ela iria e que pagaria para ela o sorvete.

Avisei a Dirce que iria sair, e minutos depois já estávamos andando pela calçada conversando sobre a escola, apenas para distraí-lá e ela não ficar com os pensamentos na traição do Pedro.

Chegamos na sorveteria e fomos logo pegando nossas grandes casquinhas para colocar nossos sorvetes já que lá é self-service, coloquei muitas guloseimas e bolas de sorvete.

Quando olhei para a Luh ela havia colocado só uma bola de sorvete, perguntei se ela iria tomar somente aquilo e ela afirmou com a cabeça, pensei em brigar com ela dizendo para por mais, mas não queria deixar ela chateada então deixei passar, nos direcionamos ao balcão e pagamos.

Nem pensei duas vezes se fosse pra ela sentar na mesa e ficar triste do jeito que tava, que ela ao menos caminhasse conversando comigo.

Falei com ela para irmos tomando o sorteve enquanto andávamos em direção à pracinha, ela concordou e fomos conversando sobre coisas aleatórias. Eu como sou gulosa acabei rapidamente com o sorvete enquanto a Luh não tinha comido nem metade do sorvete dela.

Ameaçei dizendo que comeria seu sorvete, mas quando fui tomar da sua mão ela saiu correndo e eu é claro fui atrás dela.

Corremos até que quando percebemos chegamos na pracinha ela sentou em um banco e como eu estava um pouquinho longe dela caminhei mais um pouco e de repente só senti um vulto atrás de mim me empurrando com tudo para frente, mas na hora em que eu fui cair, acabei caindo de lado e meu ombro bateu no chão com toda força que fui empurrada.

A Luh logo correu em minha direção e me puxou para sentar no chão e logo depois veio um menino que aparentava ter a minha idade e logo calculei quem fez esse desastre em mim.

Ele logo me pegou no colo, não neguei pois sentia muita dor no ombro, apesar de ter sido uma cena ridícula e um pouco desnecessária. Ele me colocou sentada no banco e ficou me encarando enquanto a Luh me perguntava se estava doendo muito, nem respondi pois eu sabia que iria responder com ignorância.

Depois de uns dois minutos de silêncio e um encarando o outro finalmente o menino abriu a boca e disse:

- Me desculpe.

- Pelo quê?! - Digo com toda a raiva que sentia.

- Minha bicicleta estava sem freio, e confesso que estava correndo um pouco, quando eu vi você não deu tempo de tentar parar sem te atingir, me desculpe mesmo. - Ele disse com o ar de arrependimento.

- O quê? - Gritei. - Seu idiota depois que você machuca uma pessoa, você vê que está errado! Você é um sem noção.

- Quer que eu te leve pra casa? - Ele perguntou e até senti uma certa preocupação vindo dele.

- Não precisa, sei andar sozinha. - Falei já me levantando.

- Qual seu nome? - Ele perguntou.

- Noé. - Falei e dei meu melhor sorriso bem irônico.

- Não entendi. - Ele disse confuso.

- Não é dá sua conta. - Falei e fui andando em direção a minha casa e a Luh me seguiu.

Deixei ele lá com cara de idiota e vim embora.
Cheguei em casa, e logo subi as escadas, a Luh no meio do caminho foi pra casa pois ela tinha combinado de ir ao shopping com a sua mãe.

Subi as escadas correndo entrei no quarto e fui direto para o banheiro. Quando vi meu ombro pelo espelho estava pior do que eu imaginava.

Limpei usando um algodão molhado com soro fisiológico. Coloquei um curativo, troquei de blusa e deitei na cama.

A Dirce me chamou para almoçar, mas não estava afim. Logo eu negando uma refeição tão importante do dia. Só fiquei pensando naquele menino. É isso aí, ele me atropelou e acabei me machucando e ainda fico pensando  em um idiota desses. Grande cabeça a minha.

Eu sabia que muita coisa ainda estava por vir.

Minha Vida sem sentido (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora