EPÍGOLO

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4 meses depois...

Nina

Fazia mais ou menos quatro meses que eu e o Lucas estávamos ficando, e por mais que estivéssemos só ficando ele me respeitava e sempre dava um fora naquelas meninas oferecidas que eram supostas amigas dele.
Aprendi a lidar com esse tipo de coisa pois sei bem como ele sempre foi e que está tentando mudar.

Eu o ajudo muito a lidar com essa situação nova, de gostar de alguém que não seja seus amigos ou sua família. Era engraçado ás vezes como ele tentava ser romântico e ficava sem jeito. Como ele tentava demonstrar que estava comigo. Na verdade nem estamos namorando.

E eu agradeço por isso, sou muito insegura com essas questões de relacionamento, aliás nunca tive um de verdade e sei que ele também não. Então é melhor continuarmos assim, só curtindo.

Na verdade tenho medo. Não sei a reação dos meus pais quanto a isso e como eu devo agir. Me parece algo novo demais pra ter que tentar agora. Ainda bem que ele nunca tocou no assunto de namoro. Nem sabemos mais o que temos.

Lucas

Como o tempo passa rápido, parece que foi ontem que ela veio me encontrar decidida quanto a tudo.

Uns dias depois descobri que ela também tinha dúvidas sobre seus sentimentos pelo Augusto. Ele mesmo veio me procurar, mas não fiquei com raiva dela e nem dele, somos adolescentes temos o direito da dúvida, tudo isso é muito novo.

4 meses atrás ...

- Lucas! - Ouço alguém me chamar enquanto saía da escola.

Paro na hora e vejo que era o Augusto e ele logo correu em minha direção.

- Fala mano. - Disse.

- Eu queria falar da Nina. - Não entendi muito bem, mas acenei para que ele proseguisse, sei que ele é muito amigo da Nina. Ela fala demais dele.

- Não sei se você sabe, mas tenho fortes sentimentos por ela e eu queria falar contigo, fazer um pedido. Eu não sei como você é de verdade, conheço apenas sua fama e quero que você me prometa... - Ele olhou para trás e não continuou.

Me virei em seguida. Era ela nos olhando.

- Prossiga. - Falei.

- Prometa que não vai machuca-lá. Eu sei como ela é, inocente, isso tudo é novidade. Vire-se e olhe pra ela. - Ele pediu e eu o fiz.
- Ela sabe que estamos falando dela. Peço que cuide bem dela... - Ele suspirou. - Faz ela feliz. - Falou e fiquei olhando ele se afastar.

A Nina logo veio na minha direção e apenas esperei pensando no que aquele cara falou pra mim, ele gosta dela o suficiente pra vir aqui falar comigo. Não sei se teria a mesma coragem. Ele me faz pensar o quanto tenho uma pessoa incrível ao meu lado que gosta de mim.

Ela me abraçou e beijei o topo da sua cabeça. Fiquei grato por ela não ter perguntado sobre a nossa conversa.

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Eu estava pensando sobre isso tudo e esse tempo todo e acho que está na hora de pedir ela em namoro. Só de pensar sinto uma apreensão. Não vou pedir ajuda de ninguém, tenho medo de levar um não e se isso acontecer vamos estar sozinhos e quero que cada detalhe ela perceba que fui eu que fiz. Cada erro foi eu.

Dias depois...

Conversei com a Dirce a babá e ela me garantiu que não contaria nada a ninguém e inventei uma desculpa qualquer para que ela não viajasse com seus pais e sua irmã esse final de semana. Sei que foi um pouco demais da minha parte pedir isso, mas ela não queria ir mesmo.

Essa hora ela ainda estava dormindo. São cinco da manhã. Fui a pé mesmo para a casa dela.

Entrei na casa dela com a chave da própria que peguei escondido outro dia e já subi direto para o seu quarto com as coisas. Entrei tentando não fazer barulho e fui logo jogando as pétalas de rosas no chão, colei os cartazes por todo o quarto com fotos e frases e nada dela acordar.

Parece um urso hibernando.

Depois que colei os corações e joguei mais pétalas em cima da sua cama, resolvi deitar com ela, quero que seus lençóis fiquem com o meu perfume e quero me esquentar em seu corpo. A olhei, cada detalhe e tirei o lençol e ela estava com um pijama fofinho, gosto da maneira dela de não tentar ser logo "mulher" ela não se importa com nada disso. Acho que se deixasse ela tinha um pijama de unicórnio.

Ainda sim estava linda. Deitei e a abracei, beijei o topo da sua cabeça e fiquei fazendo carinho nela. Ela virou de lado e pensei que estava acordando, mas na verdade estava só se aconchegando. Aproveitei e encostei nela e dormimos de conchinha.

Comecei a sentir a claridade no meu rosto e quando abri os olhos já era dia, olhei no relógio e eram por volta das 10 horas. Ela começou a resmungar e a apertei num abraço. Ela estava de costas pra mim e deu um gritão pulando da cama e comecei a rir sem parar. A cara de espanto dela ela hilária.

- Quer me matar de susto? - Falou com a velha mania de colocar a mão no peito como se tivesse um ataque cardíaco. - Não tem graça! - Disse batendo o pé.

- Bom dia. - Sorri e fiquei olhando a reação dela de ver tudo aquilo.

- Você preparou tudo isso sozinho Lucas?

- Sim. - Falei animado.

- Por isso essa letra horrível e os corações tortos. - Ela disse e fiquei um pouco decepcionado.

Ela se aproximou de mim e me abraçou e supreso a abracei também.

- Eu amei. - Ela susurrou no meu ouvido e dei um sorriso.
- Você dormiu comigo?

- Sim.

- Como? - Perguntei.

- É segredo. - Ela riu.

- Por isso dormi tão bem. - Silêncio. - Que vergonha, eu estou de pijama e ainda o meu mais feio.

A soltei e a olhei dos pés a cabeça.

- Imagem linda você assim sem nada por baixo do pijama. - Falei malicioso.

- Euem Lucas. - Ela resmungou e me deu uns tapas e ri.

- Você sabe que sou assim.

- Sei. Mas porque tudo isso? - Ela perguntou.

- Deita comigo ali na cama pra mim conversar com você. - Falei e ela foi meio desconfiada.

- Sabe faz tanto tempo que estamos junto, que eu não aguento mais e preciso mostrar para aqueles moleques sem o que fazer que você é minha. - Ela riu.

- Bobo.

Enrolei suas mechas na minha mão.

- E preciso fazer um pedido. - Vejo os olhos dela brilharem. - Você quer namorar comigo? - Ela dá um largo sorriso e me beija.

Um beijo emocionante, e diferente de qualquer outro.

A aperto mais. Estou tão feliz que pareço até uma menininha soltando fogos de artifício. Ficamos ali, abraçados. Sentindo um o outro.

- Eu te amo. - Ouço ela susurrar.

- Sinto o mesmo meu amor.

Minha Vida sem sentido (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora