32° Capítulo

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Acabei de chegar da escola, e nunca fiquei tão cansada, aliás, estudar sempre me deixou cansada, que ironia. Subi e tomei um banho para relaxar mais o corpo. Desci e lá estava a Dirce com sua cara emburrada de sempre e pelo silêncio minha irmã deve estar dormindo agora.

- Que fome!

- Você sempre está com fome Nina! - A Dirce diz mal humorada.

- Se seu dia não está bom, não venha descontar em mim. - Digo tentando manter a calma. E a Dirce apenas revira os olhos e eu me direciono à cozinha.

Abro as panelas e encontro um almoço comum brasileiro. Me sirvo e me sento à mesa e começo a comer.

Porque as coisas são tão difíceis? Porque eu não posso ter minha vida normal resumida em muita diversão e não essas coisas de amor ou sei lá?

Queria apenas poder ver meu futuro para mudar algumas coisas e evitar outras. Quem nunca teve vontade? Mas, como minha mãe diz: vontade passa. Mas, será que são todos os tipos de vontade? Porque se for assim, uma atração mais do que apenas corporal pode passar?

São tantas perguntas que eu não consigo responder a mim mesma. Sabe o que tenho vontade? De fugir de qualquer problema, mas quem seria o ser humano sem eles. Não haveria amadurecimento sem experiências.

Termino meu almoço e sinto minha cabeça latejar. Talvez seje por que eu forçei minha mente a ultrapassar sua capacidade de pensar. Subo e me jogo na cama olhando para o nada. Quando meus olhos estão revirando e fechando para uma boa soneca, ouço a porta se abrir com cautela. Não sinto vontade de ver quem é, pois já prevejo ser a Dirce com suas conversas. Coisa que eu não queria ouvir agora. Aprofundo meus pensamentos e sinto me encararem, quando abro os olhos lá está a pessoa que menos previa ver agora.

- Que susto. - Digo e coloco a mão no peito.

- Não é pra tanto. Não sou tão feio assim. - Ele diz e rimos.

- Eu garanto que sim. Não é todo dia que você acorda de um cochilo e topa com um assombração ao seu lado te encarando. - Me sento na cama e faço menção para ele se sentar ao meu lado.

- Como sempre só abre a boca pra falar besteira.

- Nem é. -Digo.

- Mas... aconteceu alguma coisa pra você aparecer assim de surpresa? - Pergunto.

- Nada demais. - Ele diz e o encaro, ambos sérios.

- Então diga.

- Prefiro prolongar nossa conversa, não quero que acabe logo. Podemos falar de... como leite condensado é doce. - Ele diz e rimos.

- Não sei porque tudo isso. - Digo sem graça corando.

- Só estou sendo sincero. - Ele diz e arqueia uma sobrancelha. Fico sem entender e acho que ele quer que eu diga algo.

- E...? - Pergunto. - Aliás como você subiu? - Pergunto mudando o suposto assunto que ainda não sei.

- Eu tenho meus cúmplices. - Ele diz convencido.

- Aham, sei. - O olho maliciosa.

- Ain credo! - Ele diz na defensiva.

Nos encaramos por um tempo e reparo melhor nele, sempre faço isso, mas quando surge uma oportunidade, parece que toda vez surge algo novo nele.

- Então...? - Tento quebrar o silêncio.

Então o que era meio óbvio acontece. Eu deveria ter evitado, mas sempre vem seu lado maldoso e diz: Ah, é só um beijinho! Deixa de ser Maria Mole!

Minha Vida sem sentido (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora