CAPITULO BÔNUS - Os deuses e as crianças

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Os deuses estavam reunidos, seus olhares estavam tensos. Zeus andava de um lado para o outro impaciente.

-Os meninos não deram certo. Apenas aquele que ganhou asas.

Falou o rei do Olimpo sem sentir remorso das várias crianças mortas.

-São humanos, são frágeis. Era perceptível que não iria funcionar, duvido que há uma criança nesse planeta que ira suportar essa dor.

Ares,um homem alto, com barba e olhos profundos já duvidava do planos das divindades.

Eles estavam em uma sala, era toda branca, suas aparências se mesclavam. Ora eram gregos, ora eram egípcios. Ao fundo da sala, longe da multidão que se aglomerava em volta da próxima criança, estava Afrodite, seus pensamentos eram profundos e ela encarava a próxima criança que sofreria e acabaria morrendo. Cansada dos gritos e da confusão, ela se aproxima. Todos abrem espaço pois seu semblante é sério e ela parecia querer dizer algo importante.

O silêncio se fez na sala, ela parecia pensativa e então disse:

-Quando criamos o homem, o fizemos evoluir. Demorou muitos anos para a nossa experiencia dar certo e NÓS sabemos disso. O homem, antigamente, já foi desenvolvido para ser mais forte fisicamente, pelo menos deveria. Mas... digam-me: Quem suportou as dores do parto? Quem deveria proteger a si mesma e as crianças? Quem teve que aprender a ser forte psicologicamente e fisicamente ? Vocês esquecem que não criamos apenas O HOMEM, criamos a mulher também. Parem de agir como se fossemos fracas! Experimentem uma menina.

Diante da quietude, Ártemis se manifesta:

-Eu.. vou ter que concordar... peguem uma menina. Já há sangue de meninos o suficiente.

Ela se referia aos mais de 100 meninos mortos na tentativa de prender os poderes no seu interior.

-Por favor, meu marido. Ouça-as, eu sei que meu amor por humanos não é grande mas essa chacina me dói. Deixe-nos tentar uma menina.

Hera tinha os olhos tristes, nenhuma daquelas crianças mortas havia lhe feito algum mal.

-Pai... Por favor. Vamos testar. Não nos custa.

Apolo eram, com toda a certeza, um dos mais belos deuses. Seus olhos pareciam ter raios do próprio Sol.

Sem dizer mais palavras, Zeus fez surgir três meninas na sua frente. Eram trigêmeas, estavam quietas, eram lindas e saudáveis. Ao olharem-nas, temeram que mais uma vez não desse certo.

Era necessário que um deus segurasse cada criança. Apolo, Ares e Dionísio seguraram firme as meninas. Eles começaram a colocar seus dons de uma em uma, e algo inacreditável aconteceu...

As três meninas sobreviveram, mas apenas uma havia suportado todas as divindades em todas as suas formas. Uma aceitou ter o sangue das divindades maiores (que eram em menos número) e a outra aceitou as divindades menores (que eram em maior número). Apenas a terceira era a união de tudo.

-Já temos o que queríamos, matem as outras duas e procederemos o plano.

Zeus era impetuoso, tinha medo de perder seu trono. O perigo já existia pelo fato de existir um ser mais poderoso que ele. Até que Athena interveio:

-NÃO. Senhor Zeus... me ouça... O futuro dessas meninas agora estão interligados. Aquela que possui todo o poder precisara de ajuda, estimulo. Ela crescerá sem família, a descoberta de um vinculo a fará mais forte. O medo de as perde-las também...

O plano era simples, gerar uma criança que guardasse dentro de si o poder de acabar com o mundo ou salva-lo. Mas ele tinha falhas: Quem cuidaria dessa criança? Como ela cresceria sem odiar os deuses para que não os matassem? Qual deus seria próprio para comandar o ensino de alguém tão poderoso? No meio das discussões surge uma voz:

- E se estabelecêssemos um guardião? Alguém que decidiria como essa criança cresceria, que a educaria de longe... que estaria presente em sua vida. Essa pessoa seria responsável pelo futuro da criança...

A ideia de Perséfone foi aceita, mas o responsável por cada criança só seria revelado quando esta estivesse em idade para lidar com seus deveres e responsabilidades.

A reunião teve fim, os guardiões foram decididos e as crianças postas no mundo.


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