Conhecendo os novos moradores

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O que? Quem era essa? Antes que Lívia e Martin descessem do quarto, fui até a porta. Minhas mãos tremiam, meus olhos se fecharam. Contei até três e abri a porta. Abri meus olhos devagar e, olhando de baixo pra cima, enxerguei uma garota com sandália...saia jeans e blusa estilo cigana. Subi mais meus olhos, vi seus cabelos dourados, seus olhos verdes claros, lindos. Era como olhar uma barbie versão humana.

-Angelina?

Sua voz era doce, suave, as palavras pareciam sair cantadas da sua boca.

-Si..Sim... Eu sou a Angel.

Ela me abraçou, seu toque era sereno, transmitia tranquilidade. A vontade era de abraça-la mais forte e pedir para não soltar mais.

-Sim..Angel. Eu sou sua irmã Maria. Sabe onde Lívia esta?

Voltei a raciocinar, foi difícil mas respondi:

-Ela está lá em cima com o Martin.

Seu semblante fechou, por um momento não era mais aquela menina doce. Seus olhos ficaram de um tom roxo, sua expressão corporal era pesada e agora ela segurava a mala ao seu lado de forma rígida.

Quando achei que teria que gritar por socorro, surge atrás dela um homem de aparentemente 25 anos, negro, careca, musculoso, com um belo sorriso e usando uma camisa social branca, calça jeans, sapato preto e uma manta cinza. Ele se aproximou dela e segurou seu ombro:

-Maria, eu estou aqui. Respire bem fundo, lembre-se: Você comanda o seu corpo.

A garota pareceu relaxar, voltou com a sua doçura e pediu licença para entrar.

-Angel, é um prazer te conhecer. Meu nome é Dimitri, eu sou o tutor da Maria. Nós estamos atrasados, iriamos nos mudar semana passada, mas esperamos para Lívia poder conversar com você.

Lívia desceu as escadas seguida de Martim, ambos com uma expressão séria.

-Maria... que surpresa.

Eu não conhecia Lívia a muito tempo, mas pelo tom de voz notei que ela tinha um passado com Maria. E ele não era bonito.

-Lívia... como você.. mudou.

Lívia nunca parecia relaxar, seus ombros estavam sempre rígidos e seu semblante ficava sério até mesmo com um sorriso.

-Sim... faz parte da vida.

Martin e Dimitri se encaravam em silêncio quando se houve uma batida na porta.

-Se prepare, as coisas vão ficar tensas agora. - disse a voz em minha mente.

Martin abriu a porta e lá estava o ser mais incrível que já vi. Era um rapaz alto, cabelo castanho e olhos azuis, com aparência de 25 anos no máximo. Ele estava com uma camiseta branca e calça jeans.

-Olá Martin.

Ele disse com um semblante calmo, como se soubesse que sua presença não era esperada.

Comecei a sentir algo diferente, fiquei tonta e sai correndo. Atravessei a porta onde estava aquele homem e comecei a vomitar no gramado. Ele veio até meu lado, se abaixou sem nojo e segurou meu cabelo.

-O que esta acontecendo com ela, Miguel?

Martin parecia assustado, achou que eu estava doente, mas Dimitri percebeu que o Miguel não iria responder por estar me ajudando.

- É muito difícil para algumas pessoas quando conhecem um ser de ligação. Angel acabou de conhecer quem estava até poucos instantes na cabeça dela, esse tipo de conexão direta cabeça-presença pode dar alguns...efeitos colaterais.

Dimitri era psicologo. Ele era ótimo, pelo menos foi a primeira impressão que tive quando vi o trabalho dele com a Maria.

Consegui me recompor após por tudo para fora.

-Miguel... você.. estava na minha cabeça? Durante todos esses anos?

-Sim, my little big angel.

My little big angel....quantas vezes ouvi isso quando estava em prantos, quantas vezes cai e ele me diz "não chore, my little big angel, você vai ficar bem, eu estou aqui." Segurei minhas lágrimas, chorar em público não era do meu feitio.

-Martin, sinto sua energia de longe, pode falar.

Nos levantamos, fiquei parada e Miguel foi até Martin com uma expressão séria. Os dois se encararam, parecia que todos ali se conheciam, menos EU.

-Você sabe o que fez. Eu que deveria ajudá-la. Trapaceou e não ajudou ela.

-Martin, eu fiz o que deveria fazer pela MINHA irmã.

-Ah, com as outras 2 você não se importa?

O clima entre os dois ficava cada vez mais pesado, ninguém dizia nada, esperava-se uma briga provavelmente.

-EI, NINGUÉM VAI ME DIZER "OI"?

Parado na entrada estava um garoto com cabelos loiros e pele dourada de sol. Era alto, usava uma bermuda jeans e uma regata branca. Ele estava com os braços abertos, em uma das mãos estava seu óculos e a outra aberta esperando um "bem-vindo" e tinha um sorriso fascinante.

- Podem vir abraçar que eu to com saudade, e parem de brigar, vamos todos morar juntos afinal!





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