Lívia

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Apolo se mostrou um deus cheio de surpresas. Não imaginaria nem em meus maiores devaneios que ele e Ares fossem amigos de fato.

Talvez as histórias não contassem sempre a verdade afinal... Talvez o deus da guerra fosse bom.

Mas como? Como pode alguém que é duro, frio, calculista, que ganha a vida (leia-se eternidade) com a guerra ser alguém bom

Tremi ao chegar perto da Lívia. 

Seus olhos frios me amedrontaram. Achei que depois de todo treinamento que tive, depois de toda a minha dor, eu não fosse mais sentir medo da minha irmã. Eu estava errada mais uma vez. Eu estava enganada de novo...

-Lívia, eu sei que você não pode me ouvir. Sei que você me odeia ... Me desculpe. Mas eu preciso ver o que você guarda ai dentro. 

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Os guardas foram embora. Os cientistas foram embora. O laboratório estava em profundo silêncio. 

Lívia no canto da cela limpava o sangue que escorria pelas suas pernas. A tinta preta do cabelo estava saindo. Ela havia decidido ficar morena, com o jeito certo de pedir acabou ganhando a tinta de um dos cientistas. Eles haviam feito uma cirurgia hoje, retiraram o útero da garota. Disseram que para cumprir o propósito dela, não precisaria de um.

 Transportaram-na para uma base na Rússia onde permaneceu até os 15 anos. Acabaram a levando para exposições em muitos lugares como EUA, China e Alemanha, mas a base ficou fixada na Rússia. 

-Quer ir embora, Lívia? 

Seus olhos dilataram, ela conteve as emoções fortes que sentia quando ouvia aquela voz. 

-Sim, meu senhor.

Ele se aproximou e tocou seu ombo, causando-lhe arrepios até na nuca. Afastando o seu cabelo, aproximando-se do seu ouvido aguçado, ele a segurou firme pelos ombros e seguiu falando.

-Você tem que deixar TODO esse ódio sair. Tem que matá-los. Você será capaz disso, minha pequena garota pálida?

-Sim, meu senhor. Eu serei capaz.

Ela virou-se e olhou o deus no fundo dos olhos. Ares transmitia seu calor vermelho para a garota, seus lhos  em chamas mandavam força e ódio para a garota. Ares então aplicou-lhe um tapa no rosto, e seguiu o fazendo diversas, até que o olhos da garota estavam com cor de sangue.

-Vá. Acabe com eles e nós iremos embora daqui. 

Ela abriu as grades com as mãos. Seu ódio estava além do normal. Já estava amanhecendo, era hora dos trabalhadores do laboratório chegarem e Lívia estava pronta para recebe-los. 

Sentada na mesa do centro, tomando café e lendo algumas revistas. Foi como os cientistas encontraram Lívia quando entraram no laboratório.

-Hi, boys. 

-CORRRAAAAM.

Foram as últimas palavras deles. 

Lívia levantou-se rápido e usando um pedaço do ferro da mesa atacou os homens. 

Mas ela não fez isso com todos, deixou um pro final.

-Menina, não faz isso. Por favor, não foi minha intenção te machucar. Eles...eles mandaram, é. Disseram que era a única forma de criar um soldado forte. 

Ela sorriu, pegou um bisturi e cortou a calça dele. 

Os gritos de horror preencheram a sala, mas Lívia só parou quando o órgão genital dele separou-se completamente do corpo.

Ainda não estava satisfeita. Voltou até a mesa e procurou por alguma maleta de primeiros socorros, ela sabia que haviam várias por lá. 

Pegou agulha e linha e voltou até onde estava o homem. 

-Não. Não, não, não. Não morre ainda. Eu não terminei. 

Ela pegou o sexo dele, o que sobrou, e colocou dentro da boca do próprio costurando-o lá dentro.Os berros dele não foram suficientes para que ela tivesse pena, mas com um golpe de misericórdia Lívia o acertou com um golpe na cabeça.

Saindo da sala onde ficava presa, ela se deparou com os guardas correndo na sua direção. Nada iria detê-la. As armas que eles usavam não foram suficientes para conter a raiva dela, talvez nada fosse o bastante. Após acabar com os guardas, se abaixou e pegou o crachá de um deles.

Saiu de lá sem problemas. Acabou com tudo e todos que estavam na sua volta. Ninguém sobreviveu para tentar impedi-la. 

Lívia teve um treinamento duro com Ares. Ele não tinha pena dela. A atacava com toda sua força, quebrando-lhe muitos ossos. 

-Porque não pede pra ele não pegar tão pesado, Lívia? -Apolo questionou enquanto limpava os sangramentos da menina. 

-Pensei que Ares tinha te chamado para me curar, não para dar opinião.

Ela empurrou o pano que ele usava e voltou para o treino. 

-Acabou, Lívia. Pode ir se sentar. O garoto sol ali vai cuidar do seu joelho e do lábio. 

Lívia voltou até onde o deus do sol estava. Ares sumiu, talvez para deixar os dois a sós.

-Você não tem pena do seu corpo, não é? -Ele perguntou enquanto limpava o lábio inferior cortado da garota.

-Por que eu teria? Tenho você pra me consertar. -Ele parou o que estava fazendo e olhou para a garota. Foi a primeira vez que a viu sorrir. Talvez tenha sido a única vez que ela sorriu.

Mas não demorou muito para voltar a fechar a cara.

-Não demore. Ares não gosta quando fico muito tempo com você.

-Não acredito que o deus da guerra se sinta intimidado por mim. Eu sou puro amor. -Ele riu tentando amenizar o clima. Lívia mordeu a bochecha para não sorrir.

-Você pode até ser um deus. Mas é estupido. 

Ela atirou novamente o pano nele e saiu andando para o seu quarto. Quando estava quase virando a porta, ela o olho e falou algo que fez Apolo tremer.

-Sabe... Se eu não odiasse todo mundo....Eu até gostaria de você. 

Lívia havia completado 15 anos. Estava pronta para encontrar a irmã que os deuses falaram que existia. Uma pena que a odiasse tanto sem a conhecer. Ela foi ensinada que haveria um teste para provar que Angelina era realmente o ser mais poderoso do universo, mas Lívia não estava disposta a aceitar isso. Ela treinaria para vencer a competição.

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