Que comecem os jogos

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Fiquei pálida, eu sabia onde toda aquela história iria chegar. Eu era uma daquelas crianças, eu estava metida até o pescoço nessa história. Martin ficou me encarando e Lívia não disse nada esperando alguma reação. Então eu e ele começamos as perguntas e respostas como se fosse um ping pong:

-Eu sou uma dessas crianças?

-Sim.

-Eu não fui criada com ninguém, logo eu sou a que tem tudo?

-Sim.

-A Lívia é minha irmã. Ela é a que tem os poderes apenas dos deuses maiores ou menores.

-MAIORES.- Ela disse se levantando e se aproximando.

-Tenho os deuses maiores, treinei a minha vida inteira, sofri todos os tipos de abusos físicos e psicológicos imagináveis. Ainda não acredito que tenho que provar ser a melhor...

-Lívia, cala a boca, por favor. - Martin perdeu a paciência, estava irritado, talvez nervoso. Seus olhos começaram a ficar vermelhos de forma anormal. A íris que antes era azul agora estava vermelha brilhante.

-Martin, eu estou com...medo. Pare, por favor.

Segurei sua mão e esperei até que seus olhos voltassem ao normal. Não sabia o porquê, mas era o certo a fazer.

Ele começou a se acalmar, seus olhos voltaram ao normal, azul cor do céu. Nossa ligação naquele momento foi forte demais, algo sobrenatural.

Senti uma atração muito grande por ele naquele momento. Ele me lembrava a alguém, alguém que vi nos meus sonhos durante muito tempo.

- Quem.. é .. você?

Ele me olhou no fundo dos olhos, por um momento eu pude sentir a minha alma. Seus olhos estavam baixos, senti que ele buscava as palavras certas pra dizer.

-Eu... sou... filho de Ares.

Meu coração começou a bater cada vez mais rápido, ele era filho do homem que aparecia nos meus sonhos desde criança. Comecei a sentir cada músculo, cada veia, cada pingo de suor que estavam em mim.

-Você... é filho?

-Sim.

Lívia se irritou com a cena, fingiu tropeçar em algo apenas para quebrar o clima de tensão e desejo que estava no ar. Era claro que ela tinha algo com ele, se não tinha gostaria muito de ter.

-Ops, desculpem-me por isso, Martin vamos até meu quarto ? Temos que conversar.

Martin me abraçou, não esperava por aquilo. Retribui por impulso, ainda pasma com aquele abraço forte.

-Cuidado com as mentiras a tua volta... cuidado com as pessoas... o jogo de interesse é muito maior que qualquer vida.

Maldita voz que não se identifica ! Por que droga de motivo continua a me perturbar?

Martin e Lívia foram para o quarto, do nada começo a ouvir uma voz.

-CHEGUEI! Lívia! Sou eu! MARIAAA!



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