Capítulo 14

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Pedro

Permaneço com a mesma dúvida cruel. Preciso saber dos medos da minha pequena. Agora então, mais do que nunca. Pois temos que está atentos com tudo em nossa volta. Nunca se sabe o que nos aguarda. Ainda mais com essa ameaça que recebi.

Mas espero, que dentro de algumas horas, eu possa saber quem estar por detrás desta palhaçada toda. E aí sim,  poderemos ter um pouco mais de sossego. Pois saber a face do inimigo, sempre facilita.

Ainda com a Luíza em meus braços, não aguento me segurar mais, e pergunto:

- Linda, eu percebi que você tem medo de aparecer na mídia. E me parece ser bem mais grave, do que eu penso. Você tem algum tipo de trauma ou algo parecido? - questiono, e Luíza no mesmo instante empalidece. Fica com uma expressão de medo, misturado com receio e dor. Sua respiração acelera, assim como também, os seus batimentos cardíacos.

Puxo-a de volta para cama, fazendo-a sentar. Posiciono-me ao seu lado, permanecendo abraçado com a minha baixinha, em total silêncio.

- Se não quiser me falar o que é, tudo bem paixão. Eu saberei esperar o momento certo - digo enfim, quebrando o silêncio incômodo, que se estalou entre nós. E tentando, quebrar um pouco o clima tenso, que acabei causando.

Se arrependimento matasse. Morreria aqui e agora!

- Tudo bem, Pedro. Acho que você tem o direito de saber. Só estava esperando o momento certo para te contar, e parece que ele chegou! - ela finalmente reagi e afirma. Seu olhar está focando em algum ponto fixo ao nosso lado, e parece-me que ela está revivendo o que de fato aconteceu. Ela respira profundamente, antes de começar falar.

*****

Luíza

Eu esperava por tudo. Menos por este questionamento do Pedro. Relembrar certos momentos, ainda me abala e muito.

Sem conseguir encará-lo direito, procuro um ponto qualquer do quarto, e simplesmente meu olhar congela-se no tal lugar. E tudo passa na minha frente como um filme, ao qual nunca mais quero assistir.

Com tudo, acho que o Pedro tem todo o direito de saber dos meus medos, receios e passado. Assim como me acho no direito de saber o seu. Mas isto é para um outro momento. Agora o assunto principal é outro.

Busco todo ar que consigo, e com uma dose de coragem, que resgatei do fundo do meu ser, reuno forças para relatar aquilo que me assombra, há bastante tempo.

- Pedro, o que de fato me assombra, não aconteceu comigo. Porém a uma pessoa muito próxima de mim, ela era uma amiga inseparável, que me faz muita falta. Tenho medo que à história se repita. E sei que não aguentarei com mais uma perda do tipo, sem ficar com mais sequelas - meus olhos já estão cheios de lágrimas.

- Calma, pequena - ele enxuga às lágrimas silenciosas que rolam sobre o meu rosto. - Não precisa continuar.

- Mas eu quero - digo no fio de voz. Pois já estou bastante emocionada.

- Antes de continuar. Me espera aqui, que vou pegar uma água para você beber - nada respondo, e o Pedro sai em direção a cozinha.

Poucos minutos depois, ele volta com uma jarra cheia de água, e um copo vazio. Ele enche o copo, me dá, e bebo um pouco do líquido antes de prosseguir.

Ato do Desejo - Livro 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora