Capítulo 23

7.8K 663 11
                                    

Pedro

Estamos há quase duas horas nesta sala de espera, e ainda não tivemos nenhuma notícia concreta sobre a minha baixinha. Só falam que ela ainda está na sala de cirúrgica, mas não dizem se está ocorrendo bem ou não.

Não consigo ficar parado com todo o meu desespero. Os meus cabelos estão quase ao ponto de serem arrancados da raiz. De tanto esbravejar, os enfermeiros já nem param mais. Chegam até virarem a cara para mim. Peço à Deus para que esteja tudo bem.

Aí que nervoso!

- Pedro meu, filho - minha mãe corre até mim, e abraça-me. Ela está acompanhada do meu pai.

- Mãe?! Como vieram parar aqui? - pergunto confuso.

- Viemos assim que vimos o noticiário falando sobre o acidente da Luíza. Como ela está, meu filho? - questiona minha mãe, claramente preocupada.

- Ainda está na sala de cirurgia. É tudo que sei até agora. Estou ao ponto de invadir aquela sala em busca de informação.

- Acalme-se meu filho, vai tudo dá certo - diz minha mãe, ao me olhar com carinho.

- Força filho! - fala o meu pai, que também me abraça. Eles também cumprimentam o Lucas e a Ane. Pois os apresentei rapidamente.

Depois de mais alguns minutos de angústia, finalmente o médico aparece.

- Parentes da Srtª Luíza Alves de Alcântara.

- Somos nós! - responde Lucas, se levantando, junto com a Ane. Que aparenta já está mais calma, do que quando cheguei. Pelo menos suas lágrimas cessaram.

- Qual o estado da Luíza, Doutor? - me manifesto.

- A Srtª Alcântara teve algumas escoriações pelo corpo. Tivemos que submetê-la a cirurgia, por conta do seu braço esquerdo, que foi fraturado. Felizmente tudo ocorreu bem, e ela já se encontra acomodada e descansando. Fora de qualquer perigo.

- Podemos vê-la? - indago novamente.

- No momento não, meu rapaz, só mais tarde. A paciente está descansando, e logo mais liberaremos o acesso para visitas. Com licença - o médico se retira, e mesmo não podendo vê-la agora, fico mais do que aliviado em saber que ela está bem.

Respiro aliviado, finalmente indo sentar na cadeira. Agora vou esperar serem liberadas ás visitas para ver minha pequena.

Obrigado meu Deus por isto! Que o Senhor a livre de qualquer mal... Amém!

Com todo o alvoroço que está sendo o meu dia, encaro uma figura em minha frente, ao qual quero muito envolver minhas mãos em seu pescoço.

Fico impressionado com o tamanho do cinismo do ser humano, e a capacidade de ser tão cara de pau. Pelo jeito, este ser não toma semancol nunca.

- O que você está fazendo aqui, seu merda? - digo com desprezo, tentando controlar a fúria dentro de mim.

- Pedro Alencar... - tenta repreender minha mãe.

- Eu vim ver como a Luíza está. Fiquei sabendo do acidente, através do noticiário - afirma o Erick, com o semblante no misto de medo e dúvida.

Ato do Desejo - Livro 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora