Ato do Desejo - Livro 1 (Concluído)

Capítulo 6

Luíza

- O que está fazendo aqui? - não disfarço o meu espanto.

- Eu vim te ver, meu amor - o Erick diz cínico, e com um sorriso presunçoso nos lábios. O que me deixar ainda mais irritada com à presença dele aqui.

- É muita cara de pau mesmo... Como você tem a coragem, de vim atrás de mim, depois do que você fez, e ainda ter a audácia de me chamar de amor?

- Estava com saudades, meu anjo. Sinto falta de nós dois juntos - ele tenta se aproximar, e então dou um passo para trás, fazendo-o com que pare. - Sei que fui um completo idiota, e desperdicei a chance que tinha com você. Hoje sei o qual bastardo, filho de uma mãe eu fui, ao te trair. Me perdoa Luíza, eu te amo!

- Toma vergonha nesta sua cara de concreto, Erick. Você nunca me amou de verdade. Se amasse, pelo menos um pouco, não teria feito o que fez. Pelo jeito eu só servia para esquentar sua cama, ou satisfazê-lo quando as suas putas não estavam. Ou será que para você me exibir para os seus amigos como troféu?!

- Nunca foi assim, meu amor. Me dá uma nova chance, eu mudei - não consigo seguro o meu riso depois de uma dessa.

- Você acha mesmo que sou aquela mesma patética que se apaixonou por você, e fazia tudo para te agradar? - pergunto e fico sem resposta, então continuo. - Fico me perguntando, como pude perder três anos da minha vida com você. Como pude ser tão tola?!

- Para mim, foi os melhores anos da minha vida, Luíza. Você não imagina o quanto me arrependo de ter sido um fraco, canalha. Queria poder voltar no tempo e fazer diferente - ele enfim fala, e pra completar está com lágrimas nos olhos.

Confesso que se fosse há meses atrás, eu cederia à estas lágrimas, mesmo achando falsas. Porém não caio mais no seu joguinho barato de homem arrependido. Ainda mais que minha mente e o meu coração clamam por outro, desejam outro. O Pedro literalmente está fodendo com a minha mente, e meu corpo. Mesmo estando longe, e não querendo vê-lo, é incrível como em tão pouco tempo ele já tem esse controle em relação à mim. O desejo que reprimir desde o dia em que o conheci, hoje aflora meu ser.

É uma merda mesmo.

- Pois eu queria voltar no tempo, e não ter me envolvido com você, nunca. Agora vai embora que eu tenho que trabalhar, e já perdi tempo demais com você. Uma quantidade que vale pela minha inteira.

Sem esperar resposta, ou esperar ele partir, saio em direção ao elevador. Aperto o botão do andar do meu escritório, enquanto fecho os meus olhos, e encosto a minha cabeça no metal frio do elevador.

Por que minha vida tem que ser tão complicada? E o pior, porque não consigo tirar o idiota do Pedro da minha mente?

O elevador para, eu abro os meus olhos e encontro um par de olhos castanhos, tristes e suplicantes me encarando.

Desvio o meu olhar, cumprimento a Catarina, a recepcionista, e quando estou indo em direção da minha pequena sala, o Pedro segura o meu braço, me interceptando.

- Luíza, por favor, não me ignora. Você não sabe o quanto estou sofrendo, e você não deixa eu explicá-la o que aconteceu - vejo e sinto a sinceridade em seus olhos e palavras.

- Pedro... Aqui não é hora e nem lugar para termos essa conversa. É melhor em uma outra hora - permaneço firme. E neste momento já temos uma pequena plateia nos olhando atenta.