Capítulo 15

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Pedro

Permaneço encarando a pasta em minhas mãos. Ainda incrédulo, custo a acreditar que o meu passado voltou para me assombrar, depois de tanto tempo.

Pensei que tudo já tinha se resolvido, pelo jeito me enganei e feio. E também sei que o cuidado que terei que tomar, e a proteção com a Luíza, terão que ser triplicados.

- E então, o que achou das provas? - questiona o Davi, tirando-me dos meus devaneios.

- Tem certeza que estas informações são confiáveis? - pergunto ainda incrédulo, ignorando o seu questionamento.

- Até parece que você não conhece o meu trabalho, Pedrinho - ele diz com ironia, porém em tom de brincadeira. - É claro que tudo que está nesta pasta é verídico.

- Me desculpe primo. É que pensei que o meu passado estivesse morto e enterrado. E mesmo tendo esta suspeita, que acabou se confirmando, ainda custo acredita que o túmulo foi reaberto, e os fantasmas voltaram para me assombrar.

- Te entendo. Você já lhe deu com esta situação antes, e saberá o que fazer desta vez também. Sem falar que agora você já conhece seu inimigo, e sabe do que ele é capaz.

- É disto que tenho mais medo. Não por mim, mas que algo de ruim aconteça com a Luíza. E pior, por minha culpa.

- Coloca na sua cabeça Pedrinho, você em nada tem culpa. Só fez o que era certo. Só teve que enfrentar pessoas sem escrúpulos, e sem limites. Além de que sua profissão lhe deixa exposto a este tipo de situação. Quem mandou escolher ser um advogado criminal? - o Davi conclui divertido, para diminuir um pouco à tensão, que nos rodeia no momento.

- Tenho que me precaver, tenho que resolve o mais rápido possível à situação - digo nervoso.

- Para o que precisar, eu estarei aqui a sua inteira disposição, cara. Pois você sabe que além de primos, somos irmãos - o Davi levanta-se e vem em minha direção.

- Sei que sempre posso contar com você, Davi. Obrigado, por tudo! - levanto-me também, e o abraço. Ele é o irmão que não tive, e vou precisar de aliados.

- Não tem de quê. Agora tenho que ir, tenho um alvo novo para investigar - ele sorrir com malícia. Com certeza, é mais um novo rabo de saia em sua mira.

- Você não muda nada, né Davi - digo sorrindo.

- Para quê? Se ainda não encontrei a mulher que me prenda - nós dois sorrimos.

- Pois eu encontrei a minha, e afirmo que sou capaz de tudo por ela - afirmo com sinceridade, e serenidade.

- Percebe-se primo - sorrir. - Examine tudo com cuidado e atenção. Não se precipite, volto a repetir. Qualquer coisa, pode me ligar.

- Obrigado, mais uma vez, Davi! - nos abraçamos novamente, e em seguida o Davi se vai. Agora irei avaliar melhor o material em cima da minha mesa.

Antes, vou até o mini bar que tem no canto da minha sala de escritório, e sirvo-me de uma dose dupla de Whisky. Talvez para me da coragem para verificar todo o conteúdo que contém na pasta.

Permaneço encarando a mesma, até que viro todo o líquido de uma só vez em minha boca, e sinto-o queimar, à medida que escorre em minha garganta. Como uma dose de adrenalina, tomo a coragem que estava buscando a pouco, sento-me em minha cadeira, e abro a pasta para enfim examiná-la.

Ato do Desejo - Livro 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora