Capítulo 36

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Luíza

Quando vir a louca da Fernanda, disparar a arma contra o Pedro, não pensei duas vezes para tomar entrar na sua frente. Pois perder o homem que eu amo, com toda a certeza, seria bem mais doloroso, do que sentir o projétil perfurar minha carne, como aconteceu.

Ao ver o desespero do Pedro e do Lucas, antes que eu desmaiasse, me deu mais vontade ainda de lutar pela minha vida - se é que estava correndo algum risco de morte. Não conseguir saber qual a gravidade da minha situação, somente sentir a dor, acima do meu peito esquerdo, que era muito forte!

Depois disso, me vi em um lugar estranho e desconhecido. Estava cercada por paredes escuras, onde apenas uma fraca luz, tentava iluminar o local. Examinando tudo, vejo uma porta, e corro imediatamente em sua direção, para poder abrir a mesma. Ao fazer isso, me deparo com um vasto campo de flores, completamente diferente do lugar que estava há minutos atrás. Ando procurando uma nova saída, ou até mesmo, uma resposta que seja, quando avisto de longe o Pedro, o Lucas, a Ane e os meus pais chorando. Tento me aproximar, porém algo me impedi de seguir. Pois a cada passo que dou, eles se afastam ainda mais. Começo gritar, porém eles procuram pela minha voz. Examinam tudo em sua volta, mas parece não me verem. Até que desisto, e apenas observo ao longe.

- Não vejo à hora de poder tê-la de novo em casa, minha pequena. Mesmo com o médico dizendo que você está bem, só acreditarei quando te vê novamente acordada. Então, por favor, meu amor, acorda, e tranquiliza o coração de quem te ama - ouço o meu Advogado delícia falar, depois de alguns minutos.

Lágrimas começam rolarem pelo meu rosto, e tudo escurece a minha volta. O som de um bip invade os meus ouvidos, e sinto uma mão segurando a minha, e a aperto.

- Estou aqui, meu amor. Agora estou bem - minha voz sai fraca. Sinto minha garganta, que está seca, doer.

- Luíza, graças à Deus você acordou - Pedro, eufórico, beija a minha testa em alívio. - Irei agora mesmo chamar a enfermeira - ele aciona o botão de pânico, na minha cabeceira da cama. Em poucos minutos, uma senhora que acredito ser a enfermeira, entra. E pede para o meu Advogado Delícia sair, que a obedece. Mesmo que a contra gosto, e tentando argumentar do contrário.

Pelo que fiquei sabendo, a bala só atingiu a cima do meu peito, o que não afetou nenhum órgão importante, apenas alguns ossos. Porém não terei sequelas, ainda bem. Muito em breve terei alta, acompanhamento, farei novas sessões de terapias e só.

*****

Pedro

Enquanto a Luíza é examinada pela enfermeira, volto para sala de espera, com o coração bem mais tranquilo. Foi muito emocionante vê-la bem ao abrir os olhos, e sentir o aperto de sua mão na minha, dizendo está bem. Tirando é claro, o curativo envolto por atadura em seu peito. Mas o que importa é que ela está bem, com vida e totalmente fora de perigo.

- Meu filho, viemos assim que pudemos - fala minha mãe, que me abraça com ternura, seguida do meu pai.

- Obrigado por virem! - agradeço a ambos.

- Já sabemos que a Luíza está bem. Ficamos muito felizes com isso. Além de quê, finalmente aquela louca, psicopata, já não irá mais atormentar vocês - declara o meu pai, enquanto se afasta de mim.

- É sim. Isso me traz um grande alívio. Pois se ela ainda estivesse viva, depois do que fez a Luíza, por duas vezes a ferindo, eu mesmo a mataria! Mas graças à Deus, minha baixinha está bem e sem sequelas. Sem falar que não precisarei fazer nenhuma besteira - desabafo.

Ato do Desejo - Livro 1 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora