Capítulo Seis - Mudanças

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Um tempo depois...

_ Vou sentir muito a sua falta! _ Lil diz me abraçando pela décima quinta vez.

_ Também vou sentir sua falta! Sempre que puder vá me visitar, nesses primeiros meses será difícil voltar, devido à perna e até mesmo da situação financeira, já que o Peter está arcando com os gastos.

_ Vamos? _ Peter pergunta a mim.

_ Claro. _ Respondo.

_ Eu entendo, prometo te visitar sempre que der, iremos nos falar todos os dias, não se esqueça viu! _ Lil diz me abraçando.

_ Não vou me esquecer! _ Eu a aperto. _ Eu te amo amiga!

_ Também te amo! _ Ela sorri e me solta. _ Se cuida, tá! _ Eu abro a porta do carro e me sento no banco do carona. _ Cuida bem dela viu! _ Ela diz ao Peter que sorri e responde um 'pode deixar'. _ Tchau! Candy.

_ Tchau Lil. _ Digo e o taxista coloca o carro e movimento, afastando-me do lugar onde morei em minha vida toda e da única amiga que tinha.

O caminho até o aeroporto foi relativamente rápido. Embarcamos quinze minutos após a nossa chegada.

_ Tá tudo bem? _ Peter pergunta quando o avião decola.

_ Tá sim! Você pode pegar aquele remédio pra dor?

_ Claro. Onde você colocou? _ Pergunta me encarando.

_ Na minha bolsa. _ Digo.

_ Vou pegar. _ Ele solta o cinto e pega minha bolsa no compartimento em cima de nós. Ele vasculha minha bolsa. _ Camisinha? _ Ele ergue os pacotinhos e me olha.

_ Eu não podia deixar para trás. _ Faço cara de inocente.

_ Sei. _ Ele balança a cabeça e ri. _ Aqui. _ Ele abre a caixinha de remédio e me entrega um comprimido. Com a ajuda desse antiinflamatório, já não sinto muitas dores nas costelas, e a minha pele está clareando, fazendo com que os hematomas sumam.

_ Obrigado. _ Tomo o mesmo com a água que a comissária de bordo me trouxe. Depois disso, me virei para a janela e fiquei perdida olhando as nuvens até adormecer.

**

A nova casa é simplesmente enorme! Tem um jardim lindo e uma piscina maravilhosa! É de dois andares, contém três quartos, sendo que um é suíte. É claro que eu a queria, mas seria egoísmo demais pegá-la e deixar Peter em um dos quartos.

Estávamos sentados na sala, que era bem arejada e toda em tons claros, e em todos os detalhes eu via um toque de minha mãe. Afastei os pensamentos que me levaram até ela.

_ Olha, amanhã tenho que ir resolver algumas coisas na faculdade, então você terá que ficar sozinha.

_ Eu acho que posso me virar, já estou andando melhor, apesar dessa bota.

_ Vamos ver... então eu sei que as coisas vão ser diferentes a partir de agora. Tudo mudou. _ Ele diz e eu suspiro. _ Agora somos só nós dois, vamos ter que fazer a convivência dar certo.

_ Eu sei, vai ser complicado. Não sei se posso fazer isso. _ Confesso.

_ Por quê não sabe?

_ Você me irrita naturalmente. _ Digo.

E me deixa excitada na mesma proporção, penso.

_ É? _ Ele se vira para mim e arqueia uma sobrancelha.

_ É! _ Ri. _ Mas posso tentar controlar a vontade de te provocar.

_ Sabe o que eu tenho vontade de fazer com você todas às vezes que você me provoca? _ Ele pergunta e eu nego com a cabeça. _ Tem certeza?

O PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora