Capítulo Dezenove - Falta um pedaço de mim

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_ Vamos dar um mergulho! _ Chamo a Lil. _ Viemos para aproveitar!

_ Tudo bem. _ Ela diz, nos levantamos e tiramos as roupas, e as deixamos dobradas. _ UI! UI! Que água fria!

_ Deixa de frescura Lillia! _ Eu a faço entrar na água, ela mergulha se acostumando.

_ Agora vem você! _ Ela fala séria, e eu recuo.

_ Tá fria, depois eu entro! _ Sorrio e saio andando.

_ Volta aqui, Candice! _ Ela esbraveja.

_ Você não manda em mim. _ Faço gracinha, mostrando língua. Ela vai para perto do Drew, cochicha algo com ele, que sorri. Eu começo a observar o lugar. Há uma trilha de pedras, mostrando a entrada do local, pois mata é densa, escondendo esse paraíso. A cachoeira enorme com uma água linda e muito cristalina, consigo ver alguns peixes coloridos nadando por alí. O contraste dessa relva verde com essa cachoeira é digna de ser lembrada. Pego o celular em cima do short e tiro uma foto.

_ Posso aparecer também? _ O Drew pergunta, surgindo atrás de mim.

_ Claro que pode! _ Sorri para ele e então nos posicionamos para a foto, tiramos umas bem legais. E então o meu amigo super lindo, faz uma sacanagem comigo, me pega no colo e caminha comigo até a linda cachoeira de água gelada, eu pedi por favor, e nada dele me soltar, eu vi Peter com os olhos  em chamas ao ver Andrew me carregar. Entramos com tudo na água.

_ Uhuuuuul! _ Lil grita ao  meu lado, assim que emergi.

_ Meu cabelo. _ Falo triste, e Lil  joga água em mim, juntas começamos uma guerrinha. Andrew nos apresentou seu colega Gideon, um lindo moreno de vinte e três anos, ahh e eu até diria que ele é meu número, se não estivesse com Peter, é claro.
Nos enturmamos com os outros turistas que vieram nessa trilha com a gente, uma galera muito descontraída. Lillia e eu, nos demos bem com Tully, a irmã mais velha de Gideon, gostei dela além de ser simpática parece modelo. Estamos todos sentados em baixo da tenta que o hotel serviu o café da tarde, o celular de Peter toca, ele pede licença e sai. Belos vinte minutos e nada dele voltar. Dei uma desculpa esfarrapada aos meus amigos que estavam interditos e sai. Como eu o vi entrar no mato ao invés de ir para a trilha, sigo na mesma direção. Andei um pouco e olhei ao redor, impossível ver algo além de cinco metros de distância, há muitas plantas com folhagens longas e altas. Sinto um puxão e meu corpo bate contra o dele.

_ Pensei que não viria. _ Ele diz em um sussurro quase inaudível.

_ Por que você veio pra cá? _ Pergunto.

_ Shhhhh! _ Ele fala com um fio de voz e eu estremeço. Ele afasta meus cabelos ainda úmidos do meu pescoço e me beija alí. _ Me espere aqui. _ Esse sussurro saiu muito mais baixo, sinto o corpo se afastar do meu. Não sei não, mas a voz dele estava diferente ou sou eu que estou com os ouvidos cheios de água?  Me viro para ver o que ele estava aprontando e não o vejo, estou sozinha.

E a ideia de me entregar ao Peter aqui, me fez sentir eufórica. Continuo ali, na esperança que ele volte, tenho receio de sair andando e ele não me encontrar, quinze minutos depois, nada dele. Odeio esperar! Saio dali, deixando qualquer ideia para trás, volto bufando de raiva. Eu fico paralisada quando o vejo sentado ao lado de Tully, conversando calmamente, noto que ela se insinua e ele ri de algo, mas não nota o que ela está fazendo.

Caminho até eles, fingindo uma calma que não tenho nesse exato momento. Paro em frente aos dois.

_ O que aconteceu? _ Ele pergunta, se fazendo de desentendido. Eu o olho e ele nada expressa.

_ Ei Candida! _ Tully fala. _ O Peter é muito legal, deve ser interessante e muito divertido ser enteada dele.

_ É CAN-DI-CE! Não Candida! _ Falo com raiva. _ E ser enteada dele muito interessante, né Padrasto?! _ Dei um sorriso mais falso que nota de onze dólares. Agora eu voltei a ser a enteada? Ou melhor, quando de deixei de ser a enteada?

O PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora