CAPÍTULO 33: FUGITIVO CAPTURADO

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Três dias depois da morte de Cinty.

Depois de deixar o corpo de Cinty, fugi. Não sei pra onde ou por que, só sei que fugi. Não queria chorar mais, sei que ela não merecia uma lágrima si quer. Corri, pedi carona e fui parar numa cidade onde a neve estava cobrindo até os calcanhares, e o preço do chá era o mais barato possível.

O cansaço não era um obstáculo para mim, pois não o sentia. Para mim o tempo não faz mais sentido. Sem ela, sem ninguém, o que eu uma experiência de laboratório pode ter? Morrer seria o melhor agora?

Acho que sim. Me joguei no chão e passei dias vendo pessoas andando de um lado para o outro e sabe o que vi? Seres humanos egoístas e medíocres que não ligam para o que está acontecendo em volta de si mesmos.

Todos que olhavam para mim sentiam pena. Que enfiem essa pena no rabo! Eu só estou distroçado, não morto!

Mas sempre que eu adormecia sentia que estava sendo vigiado, como se um senso de perigo me alertasse. A cada minuto minha sensação de estar sendo vigiado aumenta. Agora percebo que as pessoas ficam me olhando, como se eu fosse um fugitivo. Saio da calçada e pela primeira vez em dez dias depois da morte de Cinty eu saio para encontrar um lugar para me esconder desses olhares.

Minha sensação não mudou em nada, nem quando eu entrei num casebre abandonado a sensação me deixou. Fui até o banheiro do casebre e tive um susto ao ver minha imagem num pedaço de espelho que ali restava. Eu estou parecendo um velho de 70 anos. Isso é inacreditável! Toquei meu rosto e senti as rugas e a pele dura. Agora que vi minha imagem sinto uma leve dor nas costas, e uma torrente de tosse quer sair pela minha garganta.

Então esse é o efeito? É assim que eu vou morrer? Parecendo um velho, mas na verdade mal vivi minha vida. Vi a única pessoa que eu mais amava, mesmo que puta, mas que eu amava, morrer nos meus braços. Vou morrer como um nada numa cabana me lamentando, ótimo jeito para morrer!

Vejo um vulto passar pela porta e rapidamente me viro, mas como agora sou um idoso, isso teve danos colaterais. Minhas costas deram um jeito e eu não sei o que fazer. Estou travado no meio do casebre. Sinto uma coisa atrás de mim e de repente não vejo mais nada.

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Viver por viver, es as três palavras que não fazem sentido para mim. O amor, mesmo que mentiroso era o que me mantinha vivo, mas agora que ele morreu só resta eu.

Escuto vozes, mas tudo continua escuro. Minhas costas doem como se uma manada de elevantes tivessem dançado salsa em cima delas. Estou um caco, se eu não vou mais morrer naquele casebre eu aposto hum... vamos ver, bom eu não tenho quase nada então vou apostar as minhas roupas, que eu vou morrer hoje e aqui seja lá onde aqui for. Escuto passos se aproximarem de mim.

-Ai está o nosso fugitivo.


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Notas da autora

Olá amores! Vim dizer que Hariel está chegando na reta final : (

Mas não se preocupem pois o futuro pode ter boas surpresas. Não, eu não estou dizendo que Hariel terá continuação. Mas quem sabe o que esse Arqueiro vai aprontar.

Bom vim também pedir ou sugerir que vocês leiam o meu livro chamado Meu Amor Bandido, é uma trilogia tá ; )

Votos e comentários são bem vindos e obrigada pela paciência e por lerem. Beijos da autora.







Arqueiro Fantasma:A IlusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora