CAPÍTULO 25: ESTOU ERRADO?

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Já se passaram dois dias desde que cheguei a cidade, e olha que incrível eu já acabei a minha missão! Foi mais fácil do que pensei, Medici disse que talvez fosse difícil para mim que sou novato.

Vovô Medici tinha era que me ver agora, já completei a missão e agora estou de boa aproveitando a cidade. Não sei, mas aqui me sinto diferente como se a própria cidade me atraisse.

O hotel abandonado onde estou passando as noites está infestado de baratas, mas eu não tenho medo delas até porque são boas para espantar pessoas. Estou me barbeando quando vejo um vulto passar.

-Quem está aí?

Falo do banheiro. Pego o barbeador e vou andando devagar até a porta, quando abro e saio sinto um braço agarrar meu pescoço e uma lâmina encostar na minha barriga.

-Tome mais cuidado, garoto.

Medici fala no meu ouvido e depois me solta e começa a andar pelo quarto até se sentar.

-Como me achou?

-Eu estou te seguindo desde o momento que você saiu do acampamento.

-Foi por isso que eu senti a sensação de está sendo seguido.

-É garoto, parece que você não aprendeu nada.

Medici balança a cabeça em sinal de reprovação e começa a girar a pequena faca entre os dedos.

-Hariel, Já cumpriu com a sua missão?

-Se está me seguindo a tanto tempo deveria saber.

-Mas eu não vi você completando a missão.

-Não?

Estou confuso agora. Eu me lembro muito bem que ele me mandou capturar cinco bandidos.

-Não Hariel. Eu vi você pegando pessoas que roubam para alimentar os vicios. Vi você pegando simples bandidos de galinhas.

-Não pode dizer isso!

Como ele está me dizendo que fui enganado!

-Eu vi eles roubarem!

-E o que você viu?

Medici fala serenamente, e então eu começo a perceber que ele tem razão. Os homens que peguei não passavam de simples furtadores de bolsas.

-Você está certo.

Falo por final com um pouco de contra gosto.

-Muito bem garoto! Deu o primeiro passo.

-E qual seria?

-Admitir que eu estou certo e você está errado.

-Mas por que eu estou errado? Eu fiz o que você disse.

Falo me sentando na cama.

-Hariel, eu quero que você pegue bandidos de verdade.

Ele se levanta e me encara.

-Sei que tem capacidade para isso.

Respiro fundo e levanto a cabeça.

-O que quer que eu faça?

-Você vai pegar bandidos de verdade.

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Medici me mostrou os meus alvos, e ainda me deu um puxão de orelha por eu ter deixado eles passarem despercebidos. Cada "bandidão" se encontrava em cada um dos cinco pontos da cidade. Medici me disse que não iria comigo, pois eu tinha pelo menos que começar a fazer alguma coisa sozinho e também disse que o meu tempo era curto, já que nos últimos dois dias eu estava de pernas pro ar relaxando.

O primeiro foi escolhido por Medici. Ele se localizava na área Nordeste da cidade, que por uma incrível coincidência (só que não!) ficava na mesma região onde eu estava. Me armei com tudo que podia ou que eram necessários. Camisa, calça, colete com capuz, botas, cintos, armas de pequeno porte, facas o arco com a aljava e as flechas.

Me sinto um pouco pessado com tantas coisas. Quando saio do banheiro Medici começa a rir descontroladamente. Me irrito com sua reação.

-O que foi agora?

Pergunto grosso.

-Para onde você vai com isso tudo?

Ele pergunta se sentando.

-Para casa da sua mãe.

-Tudo bem, ela adora visitas.

Ele continua com um sorriso irritante no rosto.

-Hariel, só leve o necessário.

-Mas isso é necessário.

Falo apontando para mim.

-Não, não é.

Tiro a aljava com as flechas e o arco.

-Pronto.

Quando estou prestes a sair, Medici me puxa. Ele tira todas as armas que tenho e todas as facas.

-Agora veja o que realmente vai ser necessário.

Medici me dá cinco facas pequenas, coloca uma arma pequena em cada bota minha. Me dá a aljava e o arco, fazendo eu me sentir mais leve.

-Agora sim você está pronto.

Dou um sorriso e saio pela janela. Agora vou cumprir minha verdadeira missão.



Arqueiro Fantasma:A IlusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora