CAPÍTULO 45: JURAMENTO

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Na madrugada daquela noite Katan me chamou com urgência na barraca de cura, onde Ive estava. Quando cheguei havia um monge segurando um pano sobre a testa dela e seus olhos estavam fechados. 

-O que ela tem? 

Pergunto preocupado e o monge que segurava o pano na cabeça dela se afastou. 

-Ela está com muita febre, Hariel. Ela chamou por você. 

Katan fez um movimento com a mão e o outro monge saiu com ele da tenda, restando só nós dois.

-Oi, como você está?

Começo a conversar formalmente, para que ela se sinta bem. 

-Estou indo na medida do possível.

Ela diz ainda de olhos fechados. 

-Mas por que me chamou? 

Me sento ao lado dela e a vejo abrir os olhos.

-Hariel, você é a única pessoa que me restou e a única em que realmente acredito.

-Não faça isso consigo mesma. Não sou a única pessoa que lhe restou deve haver alguém que...

Ela me interrompe e pede.

-Só me jure uma coisa o resto você não precisa se preocupar.

-Jurar? Uma coisa que não sei fazer.

-Não diga isso. A morte dela não foi sua culpa.

Uma tosse invadiu sua garganta e ela parou de falar. Eu apenas a fintei, não com pena, mas com admiração, por ela ter perdoado a irmã e a mim. 

-Fale. 

-Eu quero que você jure para mim que não vai descansar até encontrar aquele maldito!

Hariel agora via que ela estava muito mais abalada e talvez escondesse algo importante dele. Lágrimas faziam os olhos dela parecer mais cintilantes e Hariel sentiu vontade de abraçá-la. 

-Eu te prometo que matarei ele com as minhas próprias mãos. 

-Obrigada.

Minha curiosidade aumentou e eu não pude evitar.

-Você está me escondendo algo.

-Estou, e acho melhor você não saber. 

-Mas você mesma me disse que só confia em mim, então me fala.

Vi os olhos dela se encherem de lágrimas novamente.

-Ele matou ela, Hariel!







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