Desliguei a televisão e olhei à minha volta. Foi como apanhar um murro no estômago. Estava de volta a Nova Iorque, no apartamento onde estive antes de os meus pais se separarem.
- Filha, é a mãe do Ryan ao telemóvel. - a minha mãe entrou na sala e pousou o telemóvel nas minhas mãos.
- Estou? - perguntei confusa.
- Oh, Joanne... - a mãe de Ryan murmurou e começou a chorar. - O Ryan... Joanne...
Levantei-me do sofá.
- O que se passa? - perguntei nervosa.
- Ele desapareceu ontem à noite e... Hoje... Hoje de manhã a polícia apareceu à porta de cá de casa... Ele... Foi-se...
- O quê?
- Ele morreu...
Larguei o telemóvel e este caiu no chão fazendo um barulho bastante alto. Caí de joelhos e comecei a chorar, a gritar, a soluçar, a tremer...
- JO!
Abro os olhos de repente e vejo-me na cama de Shawn e este encontra-se por cima de mim a gritar e a abanar-me. Quando vê que estou de olhos abertos respira fundo e dá-me um beijo na testa, logo se deitando ao meu lado.
- O que se passa? - pergunto ainda demasiado confusa.
- Estavas a dormir quando de repente começaste a gritar e a chorar.
- Então... Não estamos em Nova Iorque? - pergunto.
Shawn vira-se para mim e olha-me durante uns segundos.
- Estás a gozar comigo, não estás? - pergunta a rir-se. - Pronto. Já percebi, mas não tinhas de me assustar assim!
Eu franzo as sobrancelhas. Foi só um sonho.
- Sim, estou a brincar contigo. - digo a sorrir.
Shawn passa um braço à minha volta e beija-me calmamente.
✖️✖️
- Mãe? Posso entrar? - pergunto enquanto bato à porta do quarto da minha mãe.
- Claro.
Entro calmamente e fecho a porta atrás de mim.
- Hoje sonhei que estávamos outra vez em Nova Iorque... - digo num tom baixo.
- Ah! Por falar nisso! Tenho novidades e acho que vais adorar! - ela diz a sorrir e pega nas minhas mãos. - Vou comprar mais uma vez a nossa casa aqui no Canadá. Vamos viver mesmo aqui ao lado, como nos velhos tempos!
Abro muito os olhos e abraço-a com força.
- Ainda bem!! - exclamo não contendo a alegria. - Quando nos mudamos?
- Acho que na próxima semana já temos a casa.
Dou um beijo na bochecha à minha mãe e vou para a sala, onde Aaliyah e Shawn estão a jogar às cartas.
- Adivinhem quem se vai voltar a mudar para Pickering? - pergunto a sorrir muito.
Eles olham para mim confusos mas ao mesmo tempo esperançosos.
- Eu! - exclamo e os dois levantam-se para me abraçar.
Aaliyah pousa a cabeça no meu ombro e Shawn dá-me um beijo no topo da cabeça.
✖️✖️
O Sol já quase não se vê e o céu está cheio de nuvens alaranjadas, cinzentas e vermelhas. Shawn mantém a sua mão entrelaçada na minha, dentro do bolso do seu casaco. Com o cachecol, o gorro e o casaco apenas se vêem as nossas caras e os flocos de neve que caem calmamente por cima de Shawn fazem-no estar tão bonito...
- Adoro o neve. - digo baixinho.
Shawn sorri de lado e pára de andar.
- Chegámos! - diz com o tom de uma criança excitada.
Olho em frente e vejo um pequeno monte de trenós e várias pessoas a pegarem-lhes e a descer as pequenas rampas que encontram no parque cobertas de neve. Shawn larga a minha mão para ir a correr pegar num trenó e volta para o meu lado. Sierra e Peter vieram connosco e também eles pegam num trenó. Vamos os quatro até ao cimo de um pequeno monte.
- Quem andar mais distância ganha! - Peter diz e ele e Sierra sentam-se no trenó.
Eu e Shawn fazemos a mesma coisa.
- Três... Dois... Um... Partida!! - grito.
Os dois trenós começam a descer a toda a velocidade e de repente reparo numa pedra à nossa frente.
- SHAWN! - grito.
Ele pousa uma mão na neve para virar-mos à esquerda mas Shawn não tem jeitinho nenhum e viramos para a direita, para cima de Sierra e Peter. Os trenós param de andar e encontramo-nos os quatro uns por cima dos outros. Começamos a rir-nos até Shawn exclamar:
- Outra vez!
Levantamo-nos os quatro.
- Mas destas vez rapazes contra raparigas! - Sierra diz e pega na minha mão.
Voltamos ao cimo da rampa e preparamo-nos para mais uma corrida.
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An All New Life
FanfictionSequela de Stitches. Aconselho a lerem primeiro a "Stitches (Shawn Mendes)". Chamo-me Joanne. - Não. - Como? - Para mim, passas a ser a Coruja. Franzo o sobrolho com o seu comentário. - Por quê coruja? - pergunto. - Os teus olhos são muito par...