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- Desculpa, tenho de ir fazer um telefonema... - digo um pouco confusa, mas muito feliz.

- Eu disse ou fiz alguma coisa de mal? - Shawn pergunta.

- Ui, tantas coisas! - exclamo, deixando-o super confuso e vou para o meio da floresta.

Pego rapidamente no telemóvel, clico nos favoritos e começo uma chamada com Ryan, que atende muito rápido.

- Que se passou? Queres que te vá buscar? - ele diz automaticamente.

- Não! Calma! Eu... chateei-me um pouco com o Shawn e ele esclareceu as coisas e pegou na minha mão e...

- Joanne Mason, tu por favor não me digas que vais voltar para ele!

- Não é isso! Quando ele me tocou... Eu apercebi-me... Estes seis meses deram em alguma coisa, Ryan! - faz-se silêncio. - Eu segui em frente! Eu já não sinto nada por ele. Já não senti borboletas na barriga quando ele me tocou, já não me deixei levar pela sua voz. Eu ultrapassei tudo, Ryan! Já não sou a Joanne insegura que precisa de um amigo ou namorado por que não se sabe defender.

- Sabes uma coisa? Fizeste-me sorrir tanto agora, e olha que eu nunca sorrio. Então vai lá, aproveita a tua nova vida tão feliz, Coruja. Vemo-nos amanhã! - ele diz e desliga o telemóvel.

Eu corro de volta para o sítio onde estava a falar com Shawn, que se mantém lá e olha para mim com tristeza.

- Tu...?

- Sim, eu ouvi tudo, Jo. - ele diz. - Pelo menos, somos amigos?

- Claro. - respondo e voltamos os dois para o lado dos nossos amigos.

Vou sentar-me ao lado de Luise e ficamos as duas a falar durante horas, até toda a gente já estar a dormir. Acabamos as duas por adormecer ali, pois não nos apeteceu ir para as tendas. Pela primeira vez em meses, durmi muito bem mesmo, sem pesadelos, sem insónias, sem nada. Acordei com Ryan a gritar-me ao ouvido:

- ACORDA, JO!

Levanto-me de repente, olho em volta, para os sítios onde estavam as tendas, agora sem nada.

- O que se passou? - pergunto.

- Nada, apenas ficaste a dormir durante muito tempo e telefonaram-me para ficar aqui contigo até acordares. Eles tinham de ir embora, mas não te queriam acordar nem deixar sozinha. - ele responde e pega na minha mochila. - Vamos embora, anda!

Eu ponho-me também de pé e sigo-o até ao carro. Da última vez que saí desta floresta também estava muito feliz, tal como estou agora... Dessa vez foi por que finalmente namorava com o Shawn, desta vez por que finalmente já não sinto nada pelo Shawn. Eu e Ryan entramos no carro.

- Espero que não te importes, mas já contei à tua mãe que estás super feliz. - ele diz a sorrir.

- Tu já estás cá há tanto tempo... Não queres voltar para casa? - eu pergunto desconfiada.

- Não te queria dizer isto enquanto estavas tão frágil, mas sim, vou voltar para Nova Iorque amanhã.

Eo sorrio, pois compreendo, agora que as coisas estão melhores entre ele e a família, deve estar cheio de saudades. Num instante estamos em casa e vamos ambos para o sótão.

- Durante o teu processo de seis meses para esquecer o Shawn tu pediste-me para não falarmos de música, mas acho que vais gostar de saber que o teu álbum é o segundo mais vendido no Canadá durante dois meses seguidos.

Eu olho-o surpreendida e sorrio muito abertamente. Eu sei que prometi não tocar piano, mas é mais forte do que eu... Sento-me no pequeno banco, abro o tampo do piano e toco apenas um acorde.

- Toca aí qualquer coisa! - Ryan pede e atira-me o meu pequeno livro de músicas para as mãos.

Abro numa página à sorte, que por acaso calha numa música que estava a escrever com o Shawn, This Is What It Takes. Começo a tocá-la e acompanho a cantar também e quando acabo Ryan bate palmas.

- Anda, vou ensinar-te a tocar alguma coisa! - exclamo e ele vem-se sentar ao meu lado.

✖️✖️

- A minha mãe acabou de mandar uma mensagem a dizer que vamos jantar fora. - eu digo desconfiada. - Sabes de alguma coisa que eu não saiba?

Ryan acena que não com a cabeça enquanto treina no piano o que eu lhe ensinei. Eu vou até à casa de banho, tomo um chuveiro e visto-me.

- Ryan! Desce, a minha mãe já chegou! - eu chamo-o e ouço-o parar de tocar piano.

A minha mãe entra em casa muito apressada e olha para mim de cima a baixo, fazendo o mesmo ao Ryan de seguida.

- Não, nem pensar! Ryan, de fato e gravata, já! E tu, um vestido, vá! - ele diz muito rápido e sobe as escadas a correr, talvez também para se ir arranjar.

Embora esteja muito confusa, vou com Ryan até ao sótão e pego nos únicos vestidos que tenho. Um, usei no casamento da minha tia Lauren, o outro foi uma prenda do meu pai e o último já me fica demasiado pequeno.

- Vou usar este. - digo e pego no do casamento.

- Jo, eu não tenho fatos.

Eu penso durante um bocado e vou ao meu armário buscar o fato que o Shawn usou no casamento da minha tia.

- Usa esse. - entrego-lhe a roupa e vou para a casa de banho vestir-me.

- Meninos!! Vamos!! - a minha mãe chama e obriga-nos a corrermos até ao carro. - Ainda temos de ir até Toronto!

An All New LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora