01. Viagem

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Gente, eu estava pensando em por a Avril Lavigne como a Dallas (na época que ela tinha 15/16 anos). A Dallas tem olhos castanhos e a Avril tem azuis, mas é só imaginar que eles são castanhos è.é. O que vocês acham?

Dallas

Eu já disse que odeio a minha vida? Já? Pois não vou cansar de repetir isso. Eu odeio muito a minha vida.

E odeio essa mala filha duma puta que está se atrevendo a não fechar. Depois reclama quando é jogada na parede.

- Vadia. - Murmurei chutando a vaca caída no chão.

Nossa, Dallas! Você está discutindo com um objeto!

É, estou mesmo. Qual é o problema? Pessoas discutem consigo mesma e ninguém fala nada. Mas eu discuto comigo mesma...

Eu já odeio acordar de madrugada - é uma da tarde - e ainda mais quando acabo de lembrar que vou morar com a bruxa da minha tia pelo RESTO DO MALDITO ANO! Numa praia, ainda por cima. Odeio praias.

Ainda há chances de eu reencontrar algumas pessoas que ainda moram lá e provavelmente vou ser obrigada a falar com todas elas. Não quero, eu literalmente tenho muita preguiça de conversar com pessoas. Isso explica o motivo de eu ser tão solitária, né?

- DALLAAAAAAAS!

- JÁ VOU, INFERNO! - Arrastei a caceta da mala no chão até sair do quarto e deixar com que a bigorna rolasse pelas escadas.

Foda-se, não estou pagando pra isso mesmo.

Desci e encontrei a minha mãe falando no telefone.

- Oh, sim, é claro. Ela está adorando a ideia de ir morar com você, não é filha?

Eu queria mostrar o dedo, mas como sabia que ela era a minha mãe e que chinelos poderiam voar (ou até mesmo tijolos), apenas dei um sorriso super mega falso.

- Ela mandou um beijo, Muriel.

Vai pra puta que pariu, mãe.

Às vezes eu queria falar isso em voz alta pra ela, mas eu tenho que respeitar a minha mãe.

Mentira.

É porque eu tenho medo dela mesmo.

Ela  desligou o celular e olhou para mim com os seus olhos incrivelmente azuis. Queria ter herdado isso dela. Odeio ter olhos castanhos! Poderia pelo menos ser castanho claro, né?

- Vamos, estamos atrasadas para o voo.

- Argh.

Peguei a mala e saí de casa junto com ela. Depois de ter colocado a bigorna dentro do carro, entramos no mesmo e partimos para o aeroporto que ficava meia hora daqui.

- Mãe.

- Hm?

- Vou ter mesmo que ir para Newport?

- O que você acha?

- Acho que devemos voltar pra casa e seguir as nossas vidas maravilhosas. Que na verdade não são maravilhosas. Nem um pouco.

- Você é que não se esforça. Eu tento ao máximo fazer com que você seja feliz, mas o único jeito é te levar para sua tia.

- E a senhora acha que eu vou melhorar morando com aquela vara de cutucar estrela?

- Acho. E respeita a sua tia.

Bufei, voltando a olhar para frente, na onde via ruas e mais ruas passando diante dos meus olhos.

DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora