50. Margo

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Muito obrigada pelos 40k de leitura, babygirls! E que venham muito mais! ❤

A capa oficial e original de Dallas é a que está agora. Se a capa ainda não tiver mudado, atualizem a biblioteca para poderem ver :)

Dallas

Acho que eu não conseguia mais conter as minhas lágrimas em momento algum. Principalmente quando Sander me abraçava, eu me sentia mais frágil e totalmente vulnerável à ele, só que no sentido bom e não no ruim, em comparação á... enfim.

Agora mais do que nunca, queria ficar ao lado dele e esquecer tudo que está acontecendo a minha volta. Só queria esquecer o mundo.

Mas infelizmente não era assim, então eu teria que enfrentar os meus problemas, mesmo sendo da pior forma possível.

Bem, agora ele está arrumando a bagunça que eu fiz no banheiro. Taylor teve que ir embora porque a mãe dela estava preocupada com ela e agora eu me encontro desabafando com o meu diário.

11/08

Querido diário,

Essa noite, fui abusada sexualmente numa festa e quase cometi suicídio na casa do garoto que eu gosto. Exatamente esse, o Sander.
Ainda não sei quem fez essa crueldade comigo, só sei que ainda sinto dor, tanto interiormente quanto exteriormente. Já não bastava o que eu estava passando por causa da minha mãe e agora eu tenho que lidar com esse... estupro.
Talvez eu tivesse que ter me matado?

- Baby, sinto muito em te informar, mas esse celular não tem mais concerto. - Sander entrou no quarto, com a tela do meu celular estraçalhado em uma mão e com o resto na outra.

- Não vai fazer falta. - Falei, fechando o diário.

- O que é isso? - Ele perguntou, vindo até mim e apontando para o livro nas minhas mãos.

- Oh... ahm.. é o meu diário. - Falei, tentando não soar infantil demais. - Eu sempre desabafei com ele, desde que saí dessa cidade. Já que eu não tinha ninguém pra conversar além da minha mãe e do meu psicólogo, falava com o diário mesmo.

- Huumm... espera, psicólogo? - Sander franziu as sobrancelhas, então eu me dei conta do que tinha acabado de confessar sem querer. - Você quer conversar sobre isso? - Ele perguntou com um pouco de ironia por eu não ter comentado isso com ele antes.

Idiota. Burra.

- Dallas? - Voltou a falar. Suspirei profundamente.

- Depois que me mudei para Hartford, eu comecei a frequentar o psicólogo. Eu não tinha amigos, não tinha parentes pra interagir comigo, sentia falta de você, então... eu fiquei triste. Eu tinha a minha mãe, mas ela nunca tinha tempo pra me dar atenção. Acho que foi aí que eu comecei a desenvolver problemas. Eu frequentei o psicólogo por quase dois anos, então eu me mudei pra cá. Melhorei muito, mas tudo começou a desmoronar lentamente. Primeiro a minha mãe, depois os meninos e depois... - fiquei em silêncio novamente. - As coisas estão ficando piores e eu estou piorando cada vez mais.

- Eu te entendo, só não entendo o motivo de você ter me escondido isso. Como quando fomos jantar, você mentiu pra mim.

- Eu não menti pra você! - Protestei. - Eu disse que não estava depressiva, só isso.

- Com "problemas" você quis dizer que estava entrando em depressão? - Franziu as sobrancelhas outra vez e eu hesitei, até assentir. - Então você mentiu!

- Sander, isso é passado. Não mistura as coisas, eu estava melhorando muito até tudo isso começar a acontecer!

- Que seja. - Murmurou, frio, se virando de costas para mim.

DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora