49. Eu estou bem

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Me desculpem pelas notificações de novas atualizações que vocês vêm recebendo e que geralmente não abrem. É que eu aperto em "publicar" sem querer ao invés de gravar o rascunho. Me desculpem mesmo, juro que não é de propósito!

Dallas

Cambaleando e ainda tonta, eu subia as escadas daquela casa escura até chegar ao banheiro. Tranquei a porta e escorreguei sobre a mesma, sentando no chão e começando a chorar. Os soluços começaram a ecoar naquele pequeno cômodo e não demoraram muito para ficarem cada vez mais altos e graves. Eu gemia e chorava sempre que algum flash daquele momento aparecia na minha mente.

Eu mal podia acreditar que tinha sido estuprada.

O que eu fiz de tão mau pra terem feito essa crueldade comigo? Não entendo o porquê dessas pessoas sentirem tanto ódio contra mim ao ponto de terem feito uma maldade dessas.

Eu perdi a minha virgindade sendo estuprada. Não conseguia pensar em qualquer outra coisa além disso.

O vazio se espalhou completamente dentro de mim. Eu já não sentia mais nada além da angústia, da dor e do sofrimento. Eu só queria desaparecer.

E mais um sentimento ruim cresceu rapidamente dentro de mim quando senti o celular vibrando sem parar dentro do meu bolso.

Não pode ser.

Eu tirei-o dali e joguei no chão e fiquei encarando-o, com receio e ao mesmo tempo com raiva, imaginando o que podia estar acontecendo.

Com as mãos trêmulas e gélidas, tomei coragem para pegar o aparelho e desbloqueá-lo. Eu rezava para que fossem mensagens da Taylor ou do Sander, perguntando onde estou.

Mas não era isso.

Um vídeo meu foi publicado na internet e logo de cara eu podia ver a imagem que mostrava antes de clicar no vídeo para assisti-lo. As notificações tinham triplicado em comparação à última vez, pessoas me mandavam mensagens me ridicularizando, comentavam o vídeo e fotos minhas que apareciam e compartilhavam cada vez mais.

O meu choro aumentou intensamente, assim como o berro de raiva e desespero que eu soltei.

Eu joguei o celular na parede, o mesmo se quebrou em pedaços e só assim parou de vibrar. Mas eu obviamente sabia que não estava em paz.

Abaixei a cabeça e segurei os meus cabelos, soltando soluços mais altos.

Abri os olhos e olhei em volta, encontrando uma lâmina de barbear quebrada em cima da pia. Mesmo sem levantar, eu peguei a mesma e voltei à antiga posição, encostando-me na porta novamente e olhando para o objeto cortante, analisando-o com mais atenção. Estendi o meu pulso á medida do meu peito e posicionei a ponta da lâmina em cima do mesmo, na vertical.

E assim que estava prestes a rasgar toda a minha pele profundamente e estourar uma veia, a minha mãe aparece na minha mente. Engoli em seco. Logo os meus amigos surgiram nos meus pensamentos também. Eles não ficariam nada felizes se eu fizesse isso, especialmente a minha mãe.

Largo a lâmina no chão e deixo a minha cabeça cair para trás, dando permissão para as inúmeras lágrimas desmoronarem dos meus olhos.

Eu ouvi barulhos agitados lá em baixo e em seguida passos fortes pela escada. Logo ouvi a voz do Sander.

- Dallas! - Ele gritou lá de fora, tentando abrir a porta. - Dallas, abre a porra dessa porta! - Ele gritava, angustiado. Em seguida, a porta começou a ser empurrada com uma força brutal, como se ele tivesse tentando arrombar a mesma. - DALLAS! - Berrou novamente, enquanto eu continuava sentada, de cabeça baixa e chorando. 

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