14. Vadias com ciúmes

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Dallas

- O quê?? Por que ele fez isso? - Interroguei, me sentando ao lado dela.

- Foi ontem. Eu tinha acabado de falar com você por mensagens e tinha ido dormir. Mas mesmo antes de ir deitar, aquele porco velho chega bêbado em casa. Eu desci, porque parecia que ele estava quebrando as coisas lá em baixo e o vi prestes a quebrar uma fotografia do meu... do meu irmão. - Ela disse tudo de uma vez. Eu fiquei surpresa ao saber que ela tinha um irmão e, obviamente, ela sabia que eu queria perguntar sobre o mesmo, mas apenas continuei ouvindo. - Bem, eu corri na direção dele pra pará-lo e, assim que eu agarrei no seu braço, ele me olhou com os olhos cheios de fúria e acertou o quadro na minha testa. Por isso essa cicatriz. - Ela apontou para o machucado, enquanto eu ficava cada vez mais espantada.

- E essa marca roxa? - Questionei mais uma vez.

- Eu ia chutar as bolas dele, mesmo estando com uma puta dor e toda tonta. - Ela riu. - Foi aí que ele me segurou, deu um soco no meu estômago e em seguida no meu olho. - Taylor levantou um pouco a sua blusa e mostrou uma faixa enorme cobrindo toda a sua barriga. - Já é a segunda vez que isso acontece.

- Meu Deus! Você não vai denunciar esse monstro?

- Eu queria, mas não posso. A minha mãe trabalha num bar e não ganha nada, é ele quem nos sustenta, apesar de não colocar quase nada em casa. Eu já tentei trabalhar, mas nenhum emprego é fixo!

- Bom, mas a sua mãe sabe que ele te bate?

- Não..

- Taylor...

- Não quero complicar ainda mais a vida dela. Eu já sou um problema dentro e fora de casa, você acha que ela vai suportar tudo isso? - Ela olhou nos meus olhos e eu nos seus.

- Eu não sei. Eu... olha, sou péssima em dar conselhos.

- Tudo bem, eu só queria desabafar. - Ela soltou um riso e se encostou de novo no sofá.

- O que você vai fazer? - Murmurei.

- Acho que vou começar a vender maconha.

- Tá louca? Não faça isso! - Soltei uma gargalhada e ela também.

- Não sei então. Só não quero ficar em casa. Não posso ir para a casa do Spencer ou do Sander porque os pais deles não gostam de mim e não posso ir para a minha casa por causa do meu padrasto.

- Vai pra minha casa. A minha tia provavelmente não vai gostar de você também, mas foda-se ela. Você pode passar alguns dias lá até achar que as coisas melhoraram um pouco. - Sugeri e ela me olhou novamente.

- É sério?

- Claro.

- Muito obrigada, babygirl! - Ela sorriu e me abraçou. Ri, retribuindo o abraço. - Eu juro que quando eu puder, faço algo em troca por você.

- Não precisa. Você estando comigo naquela casa já é bom.

- Ótimo! Vamos comemorar isso com cigarros então. - Ela pegou dos cigarros e os acendeu, dando um pra mim. Dei um sorriso maroto e ambas começamos a tragar.

[...]

Neste momento eu tô aqui na casa do Sander, junto com os meninos também. A Taylor não me disse que eles sabiam daquilo...

Será que devo comentar?

Não, acho que não.

Mas se ela contou pra mim, por que não contaria pra eles?

- Dallitas? - Ouço alguém me chamando e olho para cima, vendo Aaron. - O que foi? Você está pensativa demais.

- É, só estou pensando na vida.

DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora