23. Castigo e treta

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Dallas

Eu estava na sala de aula, trocando mensagens com a Taylor, já que o professor de Literatura estava explicando a aula como se estivesse morrendo. Ele deve ter uns 65 pra 70 anos. Enfim, todos os alunos estavam conversando, enquanto o velho achava que eles estavam prestando atenção na aula.

No final do dia eu teria que ajudar o Sander no castigo, visto que o mesmo pediu a minha ajuda e o diretor permitiu que apenas eu fosse, assim como o Matheus também pode pedir que alguém o ajude. Sander saiu mais cedo de casa pra vir para a escola porque o diretor tinha convocado os dois para assinarem uns papéis, então eu tive que vir com o Spencer e Aaron.

A respeito sobre ontem, eu e o Sander não tocamos em uma palavra que envolvesse aquele momento. Acredito que ele queira esquecer, então eu também estou querendo. Ah, e sobre o carro do senhor Johnson, ele, como sempre, acordou para pegar o jornal – rasgá-lo, na verdade – e viu o carro todo arranhado. O velho ficou puto. Ele começou a gritar no meio da rua e acordou todo mundo, inclusive eu e o Sander. É óbvio que nós começamos a rir, principalmente quando o homem começou a nos culpar pelo estrago do carro, como se fossemos nós os culpados. Hehehe.

Bom, ele não tem provas que fomos nós que fizemos isso, então eu acho que está tudo bem. Espero que continue assim, senão nós dois iremos tomar gostoso no cu.

O sinal tocou e todo mundo saiu da sala. Vi que o Sander estava me esperando ao lado da porta. Aquele trio de vadias o viram também e ficaram sorrindo e sussurrando, achando que iriam chamar atenção do garoto. Ele olhou para frente e me viu, sorriu e caminhou até mim. Sander me cumprimentou com um abraço e eu olhei para as três vadias ciumentas. Todas estavam quase com o queixo no chão. Me segurei pra não rir.

- Lá em cima já está vazio. Podemos ir. - Ele disse.

Falando assim, até parece que vamos fazer sexo.

- Okay, vamos.

Começamos a caminhar em direção à escada do segundo andar. Quando eu passei ao lado das três dei um sorriso provocador, especialmente para aquela vaca que tinha me chamado de escrota. Descobri que o nome dela é Bianka. Ela ficou com uma puta cara de raivinha e inveja pra mim.

Chegamos no segundo andar do prédio, onde realmente estava vazio.

- Eu nunca tinha vindo aqui. - Comentei.

- Bem-vinda ao segundo andar então. - Sander falou desanimado e eu soltei um riso. - Os faxineiros deixaram os materiais para nós naquela última sala, se precisarmos de alguma coisa, é só ir lá. - Ele explicou.

Fomos para a primeira sala que iríamos limpar e começamos varrendo o chão.

- Até parece que eu voltei a ter 15 anos pra receber castigo. - Ouvi Sander resmungar.

- Você está numa escola, é óbvio que iria receber castigo.

- Que seja. - Murmurou. - Sério, obrigado por você ter vindo me ajudar. Se eu ficasse sozinho com o Matheus, aposto que o enforcaria com um pano de chão.

- De nada. - Ri. - Você vai ficar me devendo uma.

- Posso te recompensar agora. - Sander deixou a vassoura encostada na mesa e veio caminhando na minha direção. Ele agarrou o meu pescoço e se curvou. Quando percebi o que o idiota queria fazer, o empurrei pra longe.

- VOCÊ NÃO VAI FAZER ISSO DE NOVO! - Taquei uma garrafa de detergente nele e o Sander começou a gargalhar alto.

- Perversão não é permitida em sala de aula. - Ouvimos uma voz masculina e olhamos para a porta, vendo o Matheus encostado na mesma.

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