25. Drogada?

1.4K 118 32
                                    

Dallas

Taylor e eu permanecemos caladas durante mais um tempo para ver se alguma de nós reconheceríamos as vozes de lá de fora. Ao que parece, das cinco vozes, três eram de homens e duas de mulheres. Vi a loira arregalando os olhos.

- É o Johnny! - Ela sussurrou-gritou e eu fiz o mesmo, arregalando os olhos.

- O que ele e a sua gangue vieram fazer aqui no CF? - Perguntei, sussurrando.

- E eu sei? Eles nunca vieram aqui!

Eu ia falar, mas sou interrompida quando ouço a voz de um dos caras.

- Fala sério, aqui não tem nada pra quebrar.

- E você acha que vai ter alguma coisa pra quebrar em um ferro velho, seu imbecil? - Ouvimos a voz do Johnny e depois um estalo de tapa, seguido por um gemido de dor. - Por que diabos você nos trouxe para um lugar que já tá todo quebrado, Matheus?

- Matheus?? - Eu e a Taylor repetimos, surpresas.

- Ah, eu soube que a Taylor está sempre aqui, mas parece que hoje não está. Agora eu sei porque ela vive nesse ferro velho. Esse lugar é um lixo, igual a vida dela. - Soltou uma risada e, claro, podemos confirmar que era o Matheus. A Taylor cerrou os olhos e se levantou, mas eu segurei ela com força, fazendo-a parar.

- Vamos ver até onde isso vai chegar. - Murmurei. Ela suspirou e voltou a se sentar no sofá.

- Tá, que se foda. Pelo menos eu posso praticar aqui. Quem sabe esse ferro velho possa até ser meu em compensação ao que fizeram com o meu posto. - Johnny voltou a falar. Eu e a Taylor rimos, relembrando do que fizemos com aquele posto de gasolina.

Ouvimos o barulho de garrafas batendo umas nas outras e depois sendo colocadas em cima de algo. Em seguida, ouvi um barulho de arma engatilhando.

Meu coração disparou, assim como o da Taylor deve ter disparado também.

Ela, cuidadosamente espreitou pelas janelas dos carros empilhados e viu o Johnny com uma arma em punho, mirando na direção de uma das garrafas.

- Ele tem uma arma! - Ela disse.

- Jura? Achei que fosse um pão.

- Cala essa boca, Dallas. - Ela revirou os olhos e eu ri.

- Espera! - Matheus interrompeu Johnny de atirar e olhou em volta. - Vocês estão sentindo cheiro de cigarro?

- Merda! - Sussurramos.

Procuramos de onde o cheiro vinha e eu achei, apagando-o rapidamente e abanando a fumaça no ar.

- Acho que ninguém aqui fumou hoje. Vocês fumaram? - O homem perguntou e o seu grupinho negou.

- Não, o cheiro não está vindo daqui. - Matheus disse começando a caminhar, procurando algo. - Acho que vem daquela pilha de carros ali. - E começou a caminhar até a pilha de carros onde nós estávamos.

- Fodeu, babygirl.

O pior é que não tem nem como correr ou fugir.

- Merda, merda, merda, merda... - eu murmurava, quase começando a rezar para que nada acontecesse.

- Matheus! - Johnny gritou. - Tem um carro de polícia vindo pra cá! Vamos!

O Matheus parou de andar, ainda desconfiado, mas rapidamente voltou.

Ouvimos passos apressados indo embora e motos acelerando pra longe do CF.

Eu e a Taylor respiramos aliviadas. Ou nem tanto, por causa da viatura.

DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora