36. Mãe

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Dallas

Não estava acreditando que ela estava parada, bem na minha frente. Milhões de coisas começaram a se passar pela minha cabeça, especialmente as consequências que aconteceriam comigo.

Eu sentia o meu corpo gelado e meu coração disparado.

Era como se eu estivesse encarando a morte. Ou a causadora dela.

Muriel continuou me encarando com aquele olhar malicioso e vitorioso, como se tivesse conseguido algo que queria. Já eu, estava tremendo. Pela primeira vez, eu estava sentindo medo dela.

- Vai tomar banho. - Ela simplesmente falou. - Você está fedendo a cigarros e está visivelmente bêbada. - Disse, carregando um sorriso nos lábios.

Sem dizer nada, eu corri escada à cima e me enfiei no banheiro.

Tranquei a porta e respirei fundo, passando a mão pela minha cabeça.

Estou fodida pra caralho.

Resolvi tirar a minha roupa e tomar um banho longo para tirar toda a imundice que eu carregava no meu corpo.

Fiquei um tempo em baixo do chuveiro e depois saí enrolada numa toalha. Eu já estava um pouco mais consciente depois do banho.

Fui para o meu quarto e tranquei a porta. Coloquei uma roupa mais confortável.

Olhei para a janela do Sander e pude vê-lo entrando no quarto. Ele olhou para a minha janela e me viu, mas ao invés de acenar ou ter feito qualquer outro gesto, ele caminhou até a janela e fechou a persiana.

Obviamente fiquei surpresa. Eu não esperava isso.

Suspirei e fechei as minhas cortinas também.

Caminhei até o pé da minha cama e me sentei no chão.

Sinto que vou morrer nas mãos da Muriel. Me sinto paranóica dentro dessa casa.

É claro que ela já está ligando para a minha mãe e contando os mínimos detalhes sobre o que eu tenho feito e até mesmo o que eu não fiz.

Céus, como eu odeio essa mulher.

Estou sentindo uma vontade extrema de chorar, mas não tenho capacidade de o fazer. Não agora. Tenho que aguentar firme, sem derrubar nenhuma lágrima. Mas está sendo difícil.

Acho que devo desculpas ao Sander. Sei que eu não tenho nada a ver com a vida dele e sei que ele não tem obrigação de me contar tudo o que faz, muito menos sobre a sua relação amorosa.

Decidi mandar uma mensagem para ele.

Hey...
12:45am. Entregue.

Me desculpe por ter dito aquelas coisas hoje mais cedo.
12:45am. Entregue.

A mensagem foi enviada a ele. Sander visualizou, mas não respondeu.

Grunhi. Deixei a minha cabeça cair pra trás e fechei os olhos.

Ouvi o meu celular apitando e rapidamente peguei o mesmo, esperando que o Sander tivesse respondido à minha mensagem. Mas era uma mensagem do Danny.

Danny
Você não me mandou mensagens. Espero que não tenha morrido.
12:48am.

Soltei um riso fraco.

Desculpa, acabei esquecendo disso.
12:48am. Entregue.

Danny
Relaxa, acontece. :)
12:48am.

Danny
Está tudo bem aí?
12:49am.

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