Dallas
Sander e eu caminhamos até um bar que não tinha muita gente e entramos. Ele conversou com o homem do balcão e pediu uma garrafa de uísque. O homem pediu a identidade dele e o mesmo mostrou, depois recebeu a garrafa e pagou.
- Já que eu não consegui o meu uísque no restaurante, vai do barzinho mesmo. - Ele disse e eu ri, fazendo-o rir também. Nós saímos do bar e eu reclamei do frio. Sander me olhou por meros segundos, até perguntar: - Quer o meu casaco?
- Você não vai ficar com frio? - Questionei e ele balançou a cabeça negativamente. Sander tirou o casaco jeans e ele mesmo colocou-o em mim. Sorri, agradecendo.
Caminhamos um pouco, até decidirmos ficar sentados na areia da praia, onde não tinham muitas pessoas, apenas um casal caminhando e uma mulher sentada, só que longe da gente.
Ele tentou abrir a garrafa com os dentes, visto que estava difícil demais para abrir, enquanto eu ria. Até que ele conseguiu abrir e deu o primeiro gole, depois passou a garrafa para mim. Bebi e fiz careta, fazendo o Sander rir de mim.
- Você nunca bebeu uísque? - Perguntou.
- Nope. - Passei a garrafa para ele novamente.
- Nem na minha festa? - Ele franziu as sobrancelhas e eu neguei com a cabeça. - Então aproveita, querida. - Sander me fez beber de novo, mas eu empurrei a garrafa da minha boca.
- Eu não quero ficar bêbada de novo. Vai que você me dá outro chupão. - Falei e ele gargalhou alto.
- Aposto que você gostaria de ter outro ou até outros no seu pescoço. - O idiota me olhou maliciosamente.
- E você gostaria de ficar sem pênis?
- Não sei. Depende de como você irá me fazer ficar sem. - Sorriu novamente e eu o empurrei, rindo.
Sander tirou um maço de cigarro de algum dos bolsos do seu jeans e um esqueiro. Colocou o cigarro entre os seus lábios e o acendeu. Depois de tragar, ofereceu-o para mim e eu peguei.
- Vamos morrer cedo. - Eu disse num tom baixo, o que fez o moreno olhar para mim. Ele voltou a olhar para o mar, apreciando a paisagem e o céu escuro, meio roxeado.
- Prefiro morrer cedo do que continuar vivendo aqui.
- Eu também. - Dei o cigarro pra ele e olhei para o mar também.
- Dallas. - Ele me chamou após um tempo em silêncio.
- Hm?
- Eu não quero que você continue fumando assim, sem parar. - Ele me olhou nos olhos. - Você sabe os riscos que pode ter e eu não quero isso pra você. Sei que é difícil de se controlar, principalmente com tantas pessoas fazendo o mesmo ao seu redor, mas.. entre elas, você é a mais importante. Eu me preocupo com você e acho que você sabe disso.
- Eu sei... - olhei para baixo, um pouco envergonhada. - Eu não fumo porque sou igual a essas pessoas, eu só... não sei, sinto como se eu estivesse entrando em depressão aos poucos. Eu me sinto vazia. Se eu ainda morasse em Hartford, eu com certeza não estaria sendo essa Dallas que estou sendo agora.
- Você esteve em depressão nesses anos em que não nos falamos? - Ele questionou e eu me surpreendi com a sua pergunta inesperada. Eu ia responder, mas fechei a boca rapidamente e desviei o olhar. - Dallas!
- Não, eu não estive! Quero dizer, eu tinha sinais de depressão e isso fazia eu me sentir como se fosse uma doente, mas eu não fiquei depressiva! Não ao meu ponto de vista, pelo menos!
- Algumas pessoas não percebem quando estão entrando em depressão.
- Ah, por favor, Sander. - Revirei os olhos, bastante irritada.
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Dallas
Teen FictionDallas se vê obrigada a morar com sua tia por um ano. Ela enxerga isso como a pior coisa do mundo, mas tudo só piora de verdade quando reencontra Sander. Copyright © 2016, all rights reserved by darknessboo. História não editada.