31. Trancada?

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Dallas

Puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu.

Saio daqui ou fico??

Fodasse, tenho que encontrar o Sander agora!

Me virei para começar a correr, mas ouvi o barulho da porta sendo aberta.

- Dallas? - A voz do Matheus entrou nos meus ouvidos e eu, instantaneamente, parei os meus movimentos e virei para trás, encontrando-o me fitando. - Você tá bem? - Ele perguntou, rindo.

- Por que não estaria? - Engoli em seco.

- Por que você tá branca, talvez. Mais do que já é. - Riu outra vez. - O... diretor está te esperando.

- Eu sei. Obrigada. - Andei em direção à sala. Matheus abriu a porta para mim e eu passei por ele, me estremecendo toda.

- Te vejo no castigo. - Ele sussurrou e eu arfei. Matheus fechou a porta e eu me concentrei em pegar o papel com o diretor.

- Leve apenas isto e já pode se retirar. Tenho muita coisa a fazer. - O diretor, agora avô do Matheus, disse, me entregando um papel pequeno. - Obrigado.

Mal consigo olhar para a cara dele.

Me virei, mas ouvi a sua voz novamente.

- A senhorita está bem? - Indagou, com um tom desconfiado.

Balancei a cabeça afirmativamente e saí da sala rapidamente. Respirei fundo e fechei os olhos.

Droga.

Comecei a andar.

Agora não sei se realmente devo contar pro Sander o que acabei de descobrir. Mas será que sou só eu que sei disso?! Não, nunca me contaram que o Matheus seria neto do babaca e eu nunca ouvi falar.

Deve ser por isso que ele sempre foge das confusões. E é exatamente por isso que eu fui suspensa. Aquele imbecil do diretor quis me suspender para eu sair como culpada na história e o neto sair ileso. Não duvido nada que esse castigo em que o Matheus está seja apenas para ninguém desconfiar de algo.

Honesto.

Estou vendo o quão honesto esse homem consegue ser. Mentindo para os outros para o próprio neto não levar a culpa em nada.

Merda, que merda.

O que aconteceria caso eu contasse para o Sander sobre isso? Será que é melhor avisar a Taylor ou...

- Heey! Olha pra onde anda! - Um trouxa reclamou assim que esbarrei nele sem querer.

Olhei para ver quem era e encontrei um par de olhos verdes me olhando. E não, não era os do Sander.

- Vai se foder, seu merda. - Agora, propositalmente, esbarrei nele novamente e continuei andando.

- Olha como fala comigo, não sou nenhum dos seus amigos!

- Não é mesmo, até porque os meus amigos não são babacas.

Lex agarrou no meu braço e me puxou violentamente de volta para ele.

- ME LARGA, PORRA! - Gritei, me debatendo.

- Onde você vai com tanta pressa? - Ele riu.

- Pra puta que pariu, seu filho da puta maldito. - Me soltei dele e o olhei, fulminando-o.

- O que está acontecendo aqui? - Vejo aquela coordenadora chegando. Lex rapidamente me soltou. - E o que vocês dois ainda estão fazendo aqui no colégio?

DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora