32. Ela morreu

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Dallas

Prestei atenção na sua aparência e vi um garoto alto, cabelos bagunçados e olhos escuros.

- Te conheço? - Perguntei elevando uma sobrancelha para o garoto, que havia tomado o copo de mim.

- Não. Meu nome é Daniel, mas atendo por Danny. Prazer. - Sorriu abertamente.

- Prazer, Dallas. - Dei um sorriso pequeno. - Me responda o porquê de eu não poder tomar a minha tequila? - Falei, tentando pegar o copo de volta, mas o garoto se afastou rapidamente.

- Só não acho que é uma boa noite pra ficar bêbada. E você não tá com cara de quem quer beber.

- É, eu definitivamente não quero. Mas o que fazer quando se está sozinha numa balada, enquanto os seus amigos estão praticando acasalamento por aí? Esses animais. - Murmurei e Danny riu.

- Senta aqui, vamos conversar. - Ele deu dois tapinhas no banco que estava ao seu lado e eu fui sentar. Ele se sentou também, devolveu a bebida para o barman, pediu outra e voltou a olhar para mim. - Então, Dallas, por quantos anos você viveu?

- O quê? - Ri, achando essa pergunta estranha e engraçada.

- Eu poderia ser um cara formal e ao mesmo tempo chato, fazendo perguntas previsíveis e fechadas, nas quais eu provavelmente já saberia a resposta. Mas não, eu costumo fazer perguntas um pouco diferentes. Eu não quero saber a sua idade, quero saber por quanto tempo você está curtindo, aproveitando a sua vida, sabe?

- Ah, entendi. Bom, não sei o tempo exato, mas a resposta é: há alguns meses. Mas agora, nesse período de tempo, eu estou tecnicamente morta, então... ugh. - Revirei os olhos e ele riu.

- Você parece ser o tipo de pessoa que só sai pra se divertir, mas na verdade leva a vida sozinha.

- Por que você acha isso? - Franzi as sobrancelhas.

- Um olhar diz tudo. E o seu está vazio.

- Qual é? - Ri. - Eu não sou sozinha.

- Se realmente não fosse, algum dos seus amigos estaria aqui te fazendo compainha agora. - Disse, engolindo a sua bebida.

- Não posso discordar disso. - Rebolei os olhos e ele riu. - Mas e você? Está sozinho aqui?

- Na verdade não. Meus amigos me forçaram a sair de casa contra a minha própria vontade. Sair e interagir com as pessoas me tira da depressão, segundo eles.

- E você tem depressão? - Pergunto, intrigada.

- Tinha. Mas as pessoas acham que eu estou voltando a ter, então me obrigam a fazer tudo o que eu não quero, sendo que estou muito bem até.

- Eu entendo. É horrível. Ahm, mudando de assunto, você é daqui de Newport mesmo ou só está de passagem com os seus amigos?

- Eu moro aqui. Me mudei faz pouco tempo, uns cinco meses, eu acho.

- Ah, eu também. Minha vida começou a melhorar bastante depois de eu ter vindo pra cá, mas ultimamente só tá acontecendo desgraça.

- Tipo o quê? - Questionou, rindo.

- Fui suspensa da minha escola por uma coisa que eu nem fiz, minha tia quer me trancar em casa, minha mãe não me liga há semanas, deixando-me totalmente preocupada, e... dá pra fazer uma lista de tudo. Sério.

- Espera, você mora com a sua tia? - Ele levantou uma sobrancelha e eu assenti.

- Meus pais são separados. Minha mãe quis que eu viesse pra cá porque fizemos um acordo de que se as minhas notas não melhorassem, eu iria vir morar aqui.

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