46. Fim da viagem

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Dallas

Nós permanecemos nos encarando durante mais alguns segundos.

Sander tinha a mesma expressão. Ele não acreditava no que tinha acabado de fazer.

De alguma forma eu me sentia realizada por finalmente ter podido experimentar os seus lábios e saber qual era a sensação que os mesmos forneciam. O seu beijo era muito bom e eu queria não ter parado-o.

Eu tossi, forçando a passagem de ar e logo em seguida eu voltei a sentir as dores nas costas.

Parece que ele voltou a si depois disso.

- Desculpa. - Murmurou, saindo de cima de mim.

- Desculpa por ter caído em cima de mim ou por ter me beijado? - Questionei, um pouco confusa e com uma pitada de sarcasmo.

- Por ter caído em cima de você, claro. - Ele sorriu.

Eu me sentei no chão e ele ao meu lado.

Sander encostou a sua cabeça na parede e fechou os olhos, soltando um suspiro lento, em seguida, molhou os lábios com a sua língua, fazendo com que a minha vontade de agarrá-lo novamente aumentasse mais.

Tô parecendo uma puta.

De repente, Sander soltou um riso abafado. O olhei, confusa.

- Te provei que não sou gay. - Ele me olhou e, como era de se esperar, eu corei.

- Idiota. - Ri, voltando a olhar para o chão.

- Sou um idiota que você tem que admitir que beija bem. - Sander sorriu descaradamente pra mim e eu revirei os olhos, rindo novamente.

Não tem como negar.

- O segundo passo já foi dado. Agora só falta o terceiro. - Ele disse. Franzi as sobrancelhas.

- Que terceiro? E quais são os primeiros? - Perguntei.

- O primeiro foi as nossas preliminares, o segundo foi o nosso beijo, e o terceiro é transarmos. Acho que não estamos muito longe dele.

- Sander! - Exclamei e ele gargalhou. - Para, não deveríamos ter feito isso. Você namora. - Eu disse, voltando a ficar brava.

- Oh... acho que esqueci desse detalhe. - Ele murmurou, fazendo-me rir. - Deixa isso entre a gente, okay? - Ele me olhou e eu assenti. Sander levantou o seu dedo mindinho e eu sorri, apertando o dedo dele junto ao meu, como uma promessa.

Apertei o casaco dele contra o meu corpo, sentindo frio.

Do nada, ele me puxou para o seu colo e me envolveu com os seus braços, aquecendo-me. Sorri com o ato, descansando a minha cabeça contra o seu peito.

- Acho que vamos ter que ficar aqui durante um bom tempo. - Sussurrei e ele concordou.

Fechei os meus olhos, sentindo um pouco de sono. Dormi nos seus braços e recebendo carícias no cabelo.

[...]

Fomos acordados com um susto, vendo a porta da dispensa abrindo bruscamente. Vimos um homem entrando junto com o professor de geografia e os garotos, Danny e Felipe.

- Encontramos vocês! - Eles disseram.

- Como? - Sander perguntou, meio assustado e sonolento.

- Vocês tinham sumido do hotel. Nós fomos checar as câmeras e vimos vocês entrando aqui. - O professor disse.

Felipe e Danny ajudaram-nos a levantar. Fomos pra dentro do hotel e percebemos que a nevasca tinha diminuído, mas ainda estava nevando.

Nos deram cobertores para nos esquentar, o homem e o professor nos deixaram com os meninos e foram embora.

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