28. Mercado

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Dallas

Eu ainda estava correndo, tentando encontrar o Sander, amaldiçoando-me por não ter voltado e devolver o tapa que aquela vadia tinha me dado.

Saí do campus e olhei para os lados. Avistei o moreno sentado num dos bancos da calçada, mexendo no celular.

- Sander! - Gritei, continuando a correr. Ele ergueu a cabeça. O garoto se levantou assim que eu cheguei ao seu encontro e pareceu ter reparado na vermelhidão da minha bochecha quando juntou as sobrancelhas.

- A Bianka te bateu outra vez, porra?! - Ele gritou.

- Não! Foi a Muriel!

Sander arregalou os olhos.

- Mas que merda de direitos ela tem de fazer isso contigo??

- Ela não tem porra de direitos nenhum! Fodasse, Sander. Eu só quero ir embora. - Passei a mão pelo meu rosto. Eu estava quase chorando de raiva, não só por ela ter me batido, mas também por tudo aquilo que eu ouvi.

- Dallas, o que aconteceu? - Sander perguntou calmamente, pegando no meu pescoço e arrumando o meu cabelo bagunçado. Lágrimas de puro ódio escaparam dos meus olhos. Eu não queria chorar, mas a raiva era tanta, que eu não sabia como expressá-la de outro jeito.

- Eu explico depois. Por favor, vamos pra casa, Sander. Eu só quero ir pra casa.

Ele assentiu e ambos começamos a caminhar até o carro.

Chegamos na casa dele. Limpei o meu rosto todo molhado, enquanto o garoto fechava a porta atrás de si.

Senti o Sander pegando firmemente na minha mão e me puxando para trás, fazendo o meu rosto bater no seu peito. Os seus braços envolveram as minhas costas e uma das suas mãos pousou no meu cabelo, alisando-o delicadamente. Retribuí o abraço, fechando os olhos com força.

- Você nunca chora e não é agora que você vai chorar, Dallas. - Ele disse, alisando o meu cabelo devagar.

- Eu não estou chorando. Só estou expressando a minha raiva através de lágrimas. - Resmunguei e ouvi o seu riso.

Sander desfez o abraço, olhou nos meus olhos e limpou as minhas bochechas.

- Está tudo bem. Eu tô aqui contigo. - Ele deu um sorriso confortante e eu retribuí. - Quer ir descansar? - Questionou e eu assenti.

Nós subimos e entramos no quarto.

- Você poderia dormir no quarto de hóspedes, mas eu quero que você se sinta mais confortável no meu. Só não repara a bagunça. - Ele resmungou e eu ri.

- Já estou acostumada.

Me joguei na cama do Sander e dei um suspiro longo e pesado, passando a mão pelo meu cabelo. Massageei a minha bochecha, que ainda estava ardente e dolorida.

- Dallas, o que a Muriel te disse? - O moreno perguntou, enquanto tirava a sua blusa sensualmente.

Parei de prestar atenção na barriga definida dele e voltei à mim.

- Um monte de merda. Disse que a minha mãe deveria ter ouvido os conselhos da minha avó e ter me abortado. - Suspirei novamente.

Sander olhou para a minha cara, com uma expressão indignada e ao mesmo tempo engraçada.

- Eu vou tacar um balde na cara dela! - Ele disse e eu ri.

- Faça esse favor pra mim antes que eu atire pedras nela. - Brinquei, apesar de ter uma extrema vontade de fazer isso.

- É sério! Que tipo de pessoa fala uma coisa dessas para a própria sobrinha?!

- A Muriel não deve me considerar como sobrinha. Eu devo ser no máximo uma aberração pra ela.

DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora