08. Posto de gasolina

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Dallas

Depois do puta susto que eu e a Taylor tomamos, nós decidimos descer para ficar lá naqueles carros empilhados e ouvir músicas no rádio dela.

- Como você chama isso aqui, Taylor? - Perguntei gritando devido ao rock alto.

- Isso o quê? - Ela também gritou enquanto pulava ao ritmo da música.

- Esse lugar.

- Ah. - ela sorriu e desligou o rádio. - Eu chamo de Castelo de Ferro Velho, mas como o nome é meio longo, fica como CF. Castelo de Ferro.

- E só você e os meninos que vêm aqui?

- Não, em alguns finais de semana eu junto a minha galera e nós aproveitamos para ouvir rock e dar uma tragada.

- Você não fuma maconha, né? - Perguntei elevando uma sobrancelha. Ela riu e revirou os olhos.

- Eu não preciso disso, Dallas. Como a frase que a Alasca diz: Vocês fumam para saborear. Eu fumo para morrer.

- Você já leu esse livro? - Perguntei tirando um sorriso brincalhão da boca. Taylor deu uma curta gargalhada e assentiu.

- Foi o primeiro livro que eu não tive preguiça de ler. Me encantei por ele.

- Já leu mais algum?

- Claro que não. Mas conta ter lido um manual de como fazer bombas explosivas?

- Depende. - Gargalhei e ela também. Taylor tirou outro maço de cigarro do bolso e olhou pra mim.

- Você já fumou? - Perguntou. Neguei com a cabeça. - Quer experimentar? - Um sorriso divertido cresceu nos seus lábios. Parei um pouco pra pensar antes de aceitar.

- Quero. Não tenho nada a perder mesmo.

A loira acendeu o cigarro, esticou a mão para eu pegar e eu o fiz. Coloquei a ponta dele entre os meus lábios e suguei a fumaça. Comecei a tossir, engasgada, e Taylor começou a rir da minha cara.

- Não suga tudo como se estivesse acumulando fôlego, sua burra. Aspira a fumaça suavemente. - Ela disse ainda rindo. Revirei os olhos e assenti.

- Tá, tá. - Repeti o processo, só que dessa vez com mais calma. Soltei a fumaça pelo nariz e comecei a rir.

- O que foi? - Taylor perguntou confusa.

- Isso é engraçado! - Ri ainda mais, tentando soltar mais fumaça nasal.

Tô me sentindo um touro.

- Para de ser retardada. Já já tá criando chifres.

- Me deixa. - Resmunguei e ela riu. Entreguei o cigarro para a Taylor e ela tragou o mesmo também.

- Eu não disse que elas estariam aqui? - Ouvimos uma voz conhecida e nos viramos, encontrando Aaron, Sander e Spencer.

- Olá, olá, meus babacas. - A garota à minha frente disse sorrindo. - Adivinha quem salvou a minha vida hoje?

- Ah, cala a b-

- Dallas! - Ela me interrompeu e eu revirei os olhos.

- É? Ela te salvou do quê? De alienígenas? - Ironizou o Spencer. Taylor deu um tapa na cabeça dele e os garotos riram.

- Nós estávamos lá em cima, eu tropecei, deslizei, escorreguei ou sei lá em que porra escorregadia o meu pé pisou e aí quase caí. Mas essa heroína aqui me salvou! - Ela me deu um abraço e eu ri baixinho.

- Normalmente a Dallas te deixaria cair ao invés de te salvar. - Sander disse se sentando ao meu lado e os meninos concordando.

- Se fosse com você, eu iria te empurrar pra morrer logo de vez.

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