06. Cobra

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Dallas

- Ei! - Gritei para aquele garoto de dreads me ouvir. Algumas pessoas me olhavam conforme eu caminhava até ele, curiosas. Até que ele finalmente me olhou, me analisou de cima a baixo e soltou um riso pela boca.

- O que você quer, tampinha? - O cara perguntou debochado. Debochado e abusado.

- Me disseram que você é o melhor skatista daqui do bairro. - Eu disse cerrando um pouco os olhos por causa do Sol forte e colocando a mão na testa para fazer sombra.

- Sim, sou. Não é atoa que o meu apelido é Rei das Rampas.

- Sério? Que bosta. - Ri.

- Garota, eu não vim aqui nessa pista pra perder tempo com uma folgadinha que nem você. - Ele deu uma ombrada em mim, começando a caminhar novamente.

- Fique sabendo que eu já ganhei três competições aqui nesse mesmo bairro. Eu era conhecida por ser a melhor garota skatista daqui. - Segui ele. O Rei da Bosta parou e se virou, agora me dando atenção.

- Quais competições?

- As mais importantes. Todas tiveram caras com mais de 18 anos, mas nenhum me venceu. Enfim, como eu disse, ganhei todas essas. - Sorri. A cara do homem ficou pasma.

- E quantos anos você tinha quando participou delas? - Perguntou cada vez mais interessado.

- Onze.

- Com onze anos eu nem conseguia fazer flip. - Ele cruzou os braços, apoiando o skate na perna.

- Mais uma coisa que comprova o fato de eu ser melhor que você. - Ouvi risadas. - Bom, não vim até você pra saber da sua vida. Eu quero competir com você.

- Não quero te humilhar, tampinha. - Ele riu da minha cara.

- Pra quem sabia três manobras praticadas somente por mais velhos e que já ganhou 3 competições com só 11 anos, comparado a você... - ri. - Aposto que sou eu quem vou te humilhar.

Então ele olhou para mim, escondendo a sua irritação.

- Só não chora depois. - E assim foi pro meio da pista de skate. Fui atrás, com um sorriso na cara. As pessoas nos acompanharam enquanto íamos para a rampa em que eu e os meninos e a Taylor estávamos há pouco tempo. - Vamos começar. - Ele tirou uma moeda do bolso da bermuda e pôs sobre a mão. - Quem ganhar, irá escolher a primeira manobra. Coroa, porque sou o rei aqui. - ele disse se referindo à moeda que tirou do bolso. Eu ri com deboche. - A propósito, meu nome é Johnny.

- Caguei, gira essa moeda logo.

Johnny abanou a cabeça e jogou a moeda para o alto. Depois que a mesma caiu na sua mão, ele a tempou e colocou a outra mão por cima. Em seguida tirou, revelando Cara.

Sorri, convencida.

- Vamos começar com um olliezinho. - Eu disse pegando o skate que estava segurando e indo para o meio da rampa, onde muitas pessoas estavam.

[...]

- Sério, Dallas. Você acabou com aquele cara. - Spencer dizia enquanto voltávamos para casa.

- Com certeza você já é bem conhecida. As últimas pessoas que tentaram desafiar o Johnny acabaram tomando no cu. - Aaron disse.

- Mas agora foi ele quem tomou no cu, amigo. - Eu disse. - E a coroa foi passada para a nova rainha aqui. - me exibi e eles riram.

Está bem óbvio que eu ganhei a competição.

Aquele Johnny é até bom, mas não e melhor do que eu.

DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora