Somos Feito Estrelas

Somos Feito Estrelas | Capítulo 4

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Acordei cedo na manhã seguinte -se é que foi possível dormir - não se passavam das seis da manhã. Me peguei olhando para o nada, estava muito cansada e não conseguia dormir. Por fim, resolvi levantar avistando o dia totalmente fechado pela janela, iria chover, algo estava colaborando.
Percebi que todos estavam dormindo, outra coisa estava colaborando, voltei ao quarto pegando o livro e desci até a cozinha .

A sala estava na mesma situação da noite  anterior, com o ar de aborrecimento .
Liguei a TV iniciando a sessão na Netflix, continuei a reprodução de The Vampire Diaries e deixei carregar enquanto procurava o filtro da cafeteira . Não só o encontrei como me deparei com boletos e uma autorização não preenchida. Uma certa curiosidade bateu e verifiquei os papéis - que ideia era aquela - foi quando meu pai atravessou a cozinha só depois percebendo minha presença.

-"Uai, tão cedo ? " - olhou-me curioso.

- "Algo não me deixa dormir, se quiser adivinhar ... "

-" O que está fazendo ? "- ele mudou de assunto, analisando o que eu fazia.

-"Cafeína me restaura !"

-"Hum ..." - ele murmurou sentando-se em uma das cadeiras do balcão. O silêncio se estendeu e só então criei coragem pra perguntar.

-"Quando você e a mamãe pretendiam me contar ?" - eu questionei e a mesma apareceu na porta .

-" Contar o quê a essas horas, Sofia ?" - ela disse em um tom de impaciência.

- " Acampamento ?" - eu ri com certo sarcasmo jogando os papéis sobre o balcão. Sei que aquilo foi rude da minha parte, mas que ideia era aquela?!- "Gente, se querem mudar minha educação, me coloquem em um internato. Eu já tenho quase 16 anos, sério que vão me enviar para um grupo de acampamento ?" - aquilo era constrangedor.

-" Vai muita gente da sua idade !" - meu pai anunciou .

-"Pai, não é questão da idade. Aposto que são filhinhos da mãe natureza ." - joguei aspas no ar.

-"Sofia, abaixa o tom e não insulte as pessoas sem antes conhece-las. Enquanto não tiver 18 anos, eu e seu pai somos responsáveis por você e faremos o que bem tivermos vontade. Você apenas mora aqui e não coloca as regras."

-"Se isso quer dizer que com 18 anos poderei ter minha própria liberdade, ok, não vejo a horas de passear pelas montanhas com escoteiros e seus biscoitos douradinhos." -sorri amarelo enchendo a xícara térmica com café- " Ótimo, mãe, beleza, pai !" - ergui meu polegar- "Licença, quando a Isadora acordar peçam pra ela me procurar."

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-"Estava me procurando?" -Isadora bateu na porta da sala passando as mãos pelos braços- "Está frio aqui, heim?" - ela ligou a lareira.

-"Sabia que eles querem me levar para um acampamento?"- a expressão dela era a mesma que a minha.

-" Ah, Sofi, não deve ser tão ruim assim...e não, essa é nova. Embora sempre tive vontade de ir, nunca foi possível." - ela sorriu.

-" Bem, pode ir no meu lugar se quiser..." - sugeri.

-" Nem se eu quisesse, eles só aceitam pessoas até 16 anos e no máximo com alguns meses de tolerância! - ela me olhava reprimida .

-"Porque está me olhando assim?" - pausei a série.

-" Sei lá, só acho que não devia brigar com eles por coisas bobas do tipo."

-" Fala sério, Isadora, está falando isso porque não é com você toda essa implicância!"

-"Era sobre isso que queria conversar ?"