2. The boy with magic eyes

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Sherlock foi de ônibus para escola - sua mãe até oferecera um carro particular, mas recusou. -, e, no percurso inteiro, ficou pensando se realmente seria bom ter amigos. Se realmente era bom ter alguém ao seu lado, se importando, e cuidando.

Não.
Eu não consigo.
Eles não me entendem.
E eu não os entendo.

Odiava pensar sobre aquilo; era irritante, e incomodava. De cara era um dos piores pensamento que poderia ter, em plena Segunda-feira de manhã.

Então, para se distrair, decidiu ler algo. Tirou de sua bolsa um livro que começou a ler umas semanas atrás, e quase se esquecera completamente do mesmo. Tinha aquela mania irritante de começar a ler um livro, comprar outro, e não terminar o primeiro. Era inevitável, já que existia tantas histórias fantásticas por ai, esperando para serem lidas.

A verdade era que amava livros - mas, quem não amava? -, principalmente os de fantasias; era seu jeito de fugir da realidade do mundo. Era a forma mais simples e fácil de evitar as pessoas.

Depois de longos minutos, que mais pareciam horas por conta do interessante livro; o ônibus parou perto da escola e Sherlock desceu, ainda lendo seu livro, até um grupinho de garotos esbarrarem nele fazendo-o derrubar o objeto precioso,

Idiotas. - Sherlock sussurra irritado, enquanto se abaixa para pegar seu livro mas é interrompido por um garoto.

ー Você está bem? Eu percebi que aqueles meninos te empurraram, mas não se preocupe, eles são uns idiotas. - o garoto desconhecido riu, e Deus, como seu riso era estranhamente adorável. - Ah, deixa que eu pego seu livro.

Sherlock fitou o jovem e, sem perceber, acabou ficando um pouco constrangido. Era um garoto bonito, sem dúvidas; cabelos loiros e olhos lindos, adoráveis. Sherlock não conseguia decifrar dr que cor era; parecia que mudava a cada momento, então decidiu chamar de olhos mágicos, mesmo soando um pouco clichê.

ー Aqui. - o garoto entregou o livro com um sorriso no rosto - Você é novo? Nunca tinha te visto antes.

Sherlock não sabia o que responder, Deuses, ele nem ao menos sabia o que estava fazendo ali. Era como se tudo em sua volta tivesse se tornado estranho, como se tudo estivesse incrivelmente estranho.

Ele não tinha motivos para estar assim; não, definitivamente não tinha. Não conhecia o garoto, não sabia seu nome, não sabia nada. Mas, mesmo assim, sentia essa sensação esquisita em seu estômago, e por um segundo permitiu se enganar de que o suco de laranja que havia tomado estava estragado.

ー Ah, sim, sim - disse um pouco incerto. - Eu sou novo, sim. E o obrigado pela ajuda. Até mais.

O garoto de cabelos encaracolados se recompôs o mais rápido que pode; saindo de frente daquela figura adorável logo em seguida. Precisava correr, precisava se esconder. Precisava esquecer aqueles olhos mágicos, e aquele sorriso gentil, e... Meu Deus. Precisava parar de ser estranho.

ー Como? - perguntou mais para si mesmo do que para o garoto já correndo. - Eu ia te perguntar se você precisava de ajuda para encontrar sua sala! - gritou, mas totalmente em vão.

Sherlock escutou as palavras do loiro, mas continuou correndo, sempre olhando para frente. O que diabos tinha acabado de acontecer? Aquele garoto parecia ser incrível; diferente dos outros. Mas não sabia o motivo. Não entendia o motivo. Porque não existia nenhum motivo para pensar dessa forma.

Sherlock precisava falar com ele.

Mas como?

I don't need friends, I have you・Teen!lockOnde histórias criam vida. Descubra agora