I don't need friends, I have you・Teen!lock

35. Merry Christmas

John era luz. Ele era cor. Tonalidades claras, adoráveis, e amáveis. Traços pequenos, gentis, e delicados. Watson era como uma pintura, abstrata, mas completamente compreendida aos olhos de algum admirador apaixonado por artes. Ele era o frio, a fumaça que saía de um chocolate quente, o calor da chama de uma fogueira ligada em uma noite fria de inferno.

Era assim que Sherlock via John.

Era assim que o pequeno detetive via seu amado príncipe encantado, como nos contos de fadas infantis.

E, como nos contos de fadas, Sherlock poderia ser visto como uma princesa. Uma princesa arrogante, com mágoas guardadas por causa de seu passado horrível. Com um feitiço feito pela bruxa má chamada vida, e que apenas desapareceria com um beijo apaixonado. Ou um olhar calmo. Ou carinhos e abraços. Ou apenas com a presença de outro ser humano, puro, ao seu lado.

John era esse outro humano que curaria as mágoas e feridas de Sherlock.

Era assim. Tão simples, tão calmo, tão perfeito. À cada dia, à cada semana, à cada mês; era como se tudo fosse novo, sempre. Nada nunca era enjoativo, ou repetido. Tudo era algo novo, algo especial, algo entre os dois.

Às vezes Sherlock se sentia como uma criança novamente, quando ainda tinha emoções e ingenuidade. Às vezes John também se sentia como uma criança, quando ainda era feliz com seus pais e sua irmãzinha com dedos pequenos e olhos enormes como de bonecas. Ambos se sentiam crianças quando estavam juntos, e aquilo era agradável. E acolhedor.

E era assim que ambos se sentiam, nessa noite de natal em especial. A primeira noite de natal em que passavam juntos, como amigos, como namorados, como tudo. Tudo estava tão calmo e harmonioso, que era quase impossível imaginar o desastroso cenário de alguns dias atrás.

Sherlock estava na casa de John, junto com o mesmo e Harriet, que se divertia como nunca. Ambos garotos estavam sentados no sofá, apreciando um chocolate quente, enquanto a jovem garota brincava com alguns brinquedos novos que havia ganhado de seus pais e do casal.

— Sherl, Sherl! - a garota veio até a sala, gritando o apelido. Normalmente Sherlock se irritaria com qualquer outra pessoa o chamando por esse nome, mas Harry era especial, como John. - Eu não alcanço o topo da árvore de natal! Me ajuda?

O cacheado riu, pegando a garotinha no colo e a levando até onde estava a árvore. Calmamente, Harriet colocou um pequeno anjinho de cabelos encaracolados em cima da árvore. A figura lhe era familiar, até de mais.

— Por acaso esse anjinho era para ser o Sherlock? - John, que estava bem atrás dos dois, perguntou.

— Sim! - disse animada. - Eu vi na loja e achei que se parecia com você. Você gostou?

— Sim. - respondeu sorridente, colocando a garotinha no em terra firme novamente. - Sim, eu gostei muito do seu presente.

— Que bom! - respondeu, contente. - John, John! - disse várias vezes, puxando a camisa de seu irmão.

— O quê foi, Harry?

— Estou com fome. - disse. - E eu quero ver desenho! Me faz biscoitos enquanto eu espero na sala.

Disse rapidamente, rindo, indo em direção do sofá. John suspirou, pedindo ajuda para Sherlock ir fazer alguns biscoitos natalinos com eles.

Dizer que não foi complicado fazer os biscoitos iria ser uma mentira. Por mais simples que fosse a receita, Sherlock continuava cometendo alguns erros, como quebrar o ovo em sua mão sem querer, sujando tanto sua mão quanto a pia da cozinha.