32. I'm sorry, but I care too much

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Sherlock estava em um completo estado de bagunça. Não dormia à dias, e Deus sabe quando foi a última vez que comeu uma refeição decente. A verdade era que, mesmo se esforçando, tudo parecia estar dando errado. Moriarty voltou para atormentá-lo, Redbeard estava morto e John estava em perigo. Precisava ficar atento o tempo todo, ou algo de ruim poderia acontecer. E, a última coisa que Sherlock quer é ver John machucado, por culpa daquele garoto esquisito.

O pior de tudo era que ainda não entendeu o por quê da volta do jovem. Sendo sincero, Sherlock achava que o mesmo tinha se mudado para alguma cidadezinha do interior com a família; pelo menos era isso que se lembrava ter ouvido falar quando era mais novo. Aos poucos, foi relembrando de algumas partes de seu infância que passara com Moriarty, e podia dizer que elas não eram tão agradáveis assim.

Algumas memórias ainda não estavam totalmente claras, como sobre o suposto apelido do jovem. Ben. Se lembrava que o chamava desse jeito, mas não se lembrava o por quê. Talvez fosse alguma coisa estúpida de criança. Sinceramente, nem ao menos se importava com o nome do garoto. Aquilo não iria ajudar em nada.

De começo, o garoto era gentil e acolhedor, mas depois acabou virando mais uma brincadeira de mal gosto. Já estava acostumado em ser enganado, mas aquela foi a última vez que conseguiu aguentar tudo sem querer chorar e simplesmente desparecer. Era complicado aceitar o fato de que toda aquela amizade era apenas uma fraude. Porque, mesmo que por pouco tempo, Sherlock realmente pensou que poderia finalmente ter encontrado uma pessoa que o entendia. Uma pessoa que nunca iria deixá-lo só, e sempre iria estar lá presente para tudo. Mas, estava completamente enganado e se irritou tanto que não quis voltar para escola por uns 2 meses.

Depois quando voltou, recebeu a notícia de que a mãe do garoto havia morrido de alguma doença, e que ele havia se mudado para uma cidadezinha com o pai. Um lado de Sherlock ficou contente quando soube disso; mas o outro ainda estava com raiva. Com raiva porque, depois de tudo, Moriarty apenas fugiu sem dar nenhuma explicações. Sem resolver aquele problema.

Desde então, o cacheado havia prometido para si mesmo que nunca mais iria se deixar levar por sentimentos e emoções, apenas confiando em sua mente. E funcionou. Graças a isso, conheceu John. E não é só porque Moriarty voltou que vai se mostrar fraco e vulnerável novamente. Eles não são mais crianças, e Sherlock não tem mais medo das coisas. Iria fazer de tudo para manter John longe daquele psicopata. E definitivamente iria descobrir qual era o plano que Jim estava planejando.

Já perdera Redbeard, mas não conseguia nem pensar em perder John. Se Moriarty fizesse isso, o moreno iria fazer com que o mesmo se arrependesse profundamente e se sentisse culpado pelo resto da vida.

...

Outra manhã começava, e Sherlock ainda estava de baixo das cobertas, mexendo constantemente em seu notebook procurando por qualquer coisa que ajudasse. Já havia ligado todas as pistas, e pensado em todos os planos possíveis que Moriarty poderia ter feito, mas tudo parecia estar completamente errado ou com uma peça faltando.

Estava cansado. Seus olhos ardiam por conta da forte luz emitida pela tela do aparelho. Estava com um pouco de fome, mas não podia comer; comida atrapalhava seu raciocínio quando estava trabalhando em um caso. Tinha que continuar dando tudo de si, sem parar nem por um segundo qualquer.

Mas estava com saudades de John. O cacheado não o via à alguns dias, porque estava faltando nas aulas para poder ficar em casa trabalhando no caso. Sabia que era errado, e que não devia deixar o namorado sozinho - principalmente nesse tempo. -, mas não podia evitar. Tinha medo que se ficasse muito próximo Moriarty fizesse algo. Também tinha medo que Moriarty fizesse algo quando ele não estivesse por perto, por isso pediu ajuda para Molly e Greg, que concordaram, mas ficaram zangados com o moreno.

I don't need friends, I have you・Teen!lockOnde histórias criam vida. Descubra agora