I don't need friends, I have you・Teen!lock

34. This is what makes us alive

Acorde.
Acorde.
Acorde.
Você ainda não está acordado?
Por que?
Me diga, por que?

Sherlock escutava em seus pensamentos escuros e sem vida, como uma melancólica música de ninar. Aquilo batia em sua mente, e doía, como se um martelo estivesse em constante contato de sua pele, causando-o tal dor.

Tudo estava escuro. Não conseguia ver nada. Tudo estava preto, com algumas sombras cinzas, sem nenhum som se quer. Aquele lugar lhe era familiar, sentia que o conhecia muito bem.

Era seu Palácio Mental, sem dúvidas. Mas tudo estava tão morto, triste e melancólico. Era como se alguém tivesse o derrubado, como fazem com blocos de montar. Tinha algo errado, tudo estava errado e estranho.

John.

John não estava lá, não havia nem sinal do mesmo. Nenhum reflexo de seus cabelos loiros adoráveis, nem de seus olhos mágicos. Desde que conhecera John, o moreno sempre teve o mesmo em seus pensamentos. Porque, mesmo estando distantes, ou brigados - como houve em uma época -, John estava ali. Respirando, sorrindo, rindo, bem ao seu lado. Era tudo tão real, e tão calmo, que apenas imaginá-lo deixava o jovem detetive consultor melhor.

Mas, agora ele não estava lá. Nada estava lá. Era estranho, era assustador, era triste. Não queria de sentir sozinho; não de novo. Queria estar de mãos dadas com John; queria estar ajudando Greg à se declarar para Molly; queria estar discutindo algo bobo com seu irmão; queria se sentir vivo novamente.

...

John estava lá. Há minutos, talvez até horas. Sendo sincero, o mesmo nem ao menos se lembrava de quanto tempo estava sentado naquela cadeira não tanto confortável de hospital, esperando algum milagre para que Sherlock acordasse.

Tudo parecia tão patético e monocromático. As paredes azul bebê do quarto, pareciam mais tons de cinzas, deixando o local ainda mais depressivo. O som constante do pib-pib-pib daquela máquina estava o irritando. E, ver o corpo de Sherlock ali, totalmente parado e praticamente morto, o causava enjoo e sentia como se tudo em sua volta fosse desaparecer.

Molly e Greg estavam na ala principal do hospital, junto com Mycroft e os pais de Sherlock. A pobre mulher chorava em desespero, sendo constantemente acalmada pelos fortes abraços de seu marido. Os adolescentes estavam inquietos, preocupados. Já Mycroft estava completamente sem expressão alguma, evitando olhar ou conversar com alguém. Porque, se fizesse isso, sentia que iria desabar ali mesmo, na frente de milhares de pessoas desconhecidas. Precisa se manter firme, pelo seu irmãozinho.

— Deveríamos ver se está tudo bem, Mycroft. - Greg disse praticamente em um sussurro, confortando o adulto que parecia estar quebrado em pedaços. - Eu sei o quanto é difícil, acredite. Sherlock é uma ótima pessoa. No começo, talvez, eu tenha o achado estranho, mas você acaba percebendo o quanto ele é especial quando se passa muito tempo com ele. - sorriu. - Por favor, vamos até lá. E não fique triste, sei que tudo irá ficar bem.

— Gregory, eu... - choramingou, mas não permitiu que as lágrimas salgadas escapassem de seus olhos.

Respirou fundo e fez o melhor sorriso que pode, causando um riso fraco no garoto sentado ao seu lado. O agradeceu com um simples beijo na bochecha, e, por um segundo, Lestrade sentiu seu rosto queimar como uma enorme fogueira. Mas logo tirou qualquer tipo de pensamentos esquisitos de sua mente e se levantou, acompanhando Molly e Mycroft que já estavam indo em direção ao elevador.

...

Entrando no quarto - depois de alguns minutos discutindo com a enfermeira -, ambos amigos foram correndo abraçar John, que parecia mais cansado do que... sempre. Não viam o amigo desde aquele horário na escola, então era normal estarem preocupados. Ficaram fazendo perguntas constantemente, sempre recebendo um hunm ou alguma negação com a cabeça como resposta. Parecia até que o loiro não queria conversar com ninguém.