Reencontro

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Closing time, time for you to go out

To the places you will be from

Closing time, this room won't be open

Till your brothers or your sisters come

So gather up your jackets, move into the exits

I hope you have found a friend

Closing time, every new beginning

Comes from some other beginning's end

I know who I want to take me home

I know who I want to take me home

I know who I want to take me home

Take me home

(Closing Time - Semisonic)


POV – Estrela

É difícil dizer adeus. E foi o que eu disse silenciosamente para o apartamento onde eu tinha acordado para minha nova vida, onde eu tinha aberto os olhos para o meu amor sem nada que me nublasse o sentimento avassalador e poderoso que nascera entre nós. Um adeus sentido e nostálgico por tudo o que podia ter sido.

— Vamos para casa – sussurrou Logan em meu ouvido, preparando-se para, em breve, fechar definitivamente atrás de nós a porta daquele nosso pequeno mundo.

— Eu vou sentir falta daqui – disse eu, ainda me despedindo de nosso primeiro lar.

— Eu também. Mas não é seguro ficar. Não conseguiríamos manter nossa história por muito mais tempo.

Logan tinha me convencido a me passar por Águas Claras para que pudéssemos forjar um álibi. Num primeiro momento, tive medo e tentei convencê-lo que eu não conseguiria fingir assim, que aquilo seria uma loucura. Mas depois percebi que ele tinha razão. Seria a melhor maneira de proteger nossos humanos.

Não era nada tão novo assim, na realidade. No começo, quando chegamos, muitos de nós tiveram que se passar por seus hospedeiros para adiar e minimizar uma reação dos humanos. Então eu sabia bem o que fazer: mimetizar o comportamento dela, agir com discrição, concentrar-me em suas lembranças e, por último, um detalhe particular de nossa situação, mentir. E isso nunca tinha sido algo difícil para mim. Eu tinha herdado e me acostumado facilmente com o hábito necessário que Peregrina fora obrigada a adquirir.

Então, mesmo que um pouco nervosa, sustentei firmemente o olhar surpreso e contrito de nossos colegas, Curandeiros e Buscadores, quando Logan e eu espalhamos a notícia de que a garota grávida tinha fugido do apartamento no meio da noite, roubado um carro e fugido para o deserto, onde morreu antes que ele conseguisse alcançá-la.

Mantive um olhar de sincera consternação enquanto Logan narrava a todos o quanto tinha sido terrível perceber a necessidade de enterrá-la ali mesmo, onde foi encontrada, no meio do deserto, horas distantes da cidade mais próxima e já morta há tempo demais para que fosse posta em um carro e levada para longe.

Todos se compadeceram de sua aflição e admiraram sua coragem de, mesmo assim, passar dias à procura vã do esconderijo dos humanos que, certamente, já tinham fugido. De qualquer maneira, admiravam-se, ele tinha persistido na busca, correndo perigo e ficando, ele mesmo, à mercê do sol escaldante que tinha vitimado nossa sensível e perturbada amiga.

Não foi difícil concordar que aquela hospedeira tinha sido seriamente danificada pelos humanos, de uma maneira que nós tínhamos irresponsavelmente negligenciado ao não examinar sua cabeça em busca de lesões, e que, por causa disso, tínhamos perdido, não só a Alma que tinha primeiro habitado aquele corpo, mas também a pobre Estrelas Refletidas no Gelo, que tinha, como a outra, enlouquecido.

A Hospedeira - Coração DesertoOnde histórias criam vida. Descubra agora