Welcome to the planet
Welcome to existence
Everyone's here
Everyone's here
Everybody's watching you now
Everybody waits for you now
What happens next?
What happens next?
(Dare you to move - Switchfoot)
POV – Ian
— Olá, querido – disse ela, levantando os olhos para mim e pousando um livro aberto sobre seus joelhos.
— Oi – respondi depois de um tempo relativamente longo, em que meu consciente e meu inconsciente debatiam sobre a lógica de ela estar ali.
O veredicto, antes que eu pudesse articular qualquer palavra, foi "Quem se importa com a droga da lógica?" Em algum nível, eu sabia que se me rendesse a ela, a essa inútil e estúpida necessidade de racionalizar, teria também que lidar com a dor incapacitante que viria da consciência de que aquilo não era real.
E ao vê-la ali, tão linda sentada na pequena poltrona azul que Estrela e Sunny tinham escolhido para Peg, a decisão era tão fácil!
Não havia dor alguma, nenhuma acusação ou a angústia paralisante que sempre tive de perdê-la antes que de fato acontecesse. Tudo isso era passado e tudo o que eu sentia agora era um delicioso torpor que me convidava a esquecer todo o resto. Especialmente quando sua voz suave e delicada preencheu o ar.
— Como foi seu dia?
— Normal – respondi, porque subitamente eu era de novo o garoto tímido, fechado e ligeiramente mal-humorado que só ela sabia ao certo como amar.
— Não acredito em você — ela disse, como sempre. – Você é...
— Inteligente e sensível demais para não perceber que os dias são todos especiais? – falei, reproduzindo a resposta que ela sempre me dava.
— Sim – disse ela, sorrindo e colocando uma mecha de seu cabelo escuro atrás da orelha, o gesto que ela sempre repetia quando tinha sido pega em "flagrante" em um de seus "planos". – Você se lembra – falou, levantando os olhos novamente para mim.
Ela tinha os olhos mais azuis que eu já tinha visto e não houve um só dia, mesmo no fim, em que eu não a achasse linda como um anjo na Terra. O nome dela era Alice. E ela era minha mãe.
— Eu me lembro de tudo – falei. – Além do mais, você sempre diz isso.
— E desse jeito sempre consigo que você me conte alguma coisa boa sobre seu dia.
Suspirei, porque não havia como discutir que seus "planos" sempre davam certo comigo. Andei até ela e me sentei no chão diante da poltrona, encolhendo-me para deitar a cabeça em seu colo e deixar que ela me fizesse cafuné.
— Foi um bom dia, mãe.
— Fechado como uma ostra! Você realmente não mudou nada. – Ela riu e eu também. Nunca precisei realmente dizer as coisas para ela. Ela sempre soube.
— Tem sido dias bons demais para que você e o pai não estivessem aqui – falei, abrindo uma brecha perigosa para a realidade entrar. Talvez eu não devesse ter feito isso, porque me senti imediatamente triste, mas não consigo me conter quando ela brinca assim com meus dedos, o polegar fazendo círculos nas costas de minha mão, como meu pai costumava fazer quando eu era criança.
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A Hospedeira - Coração Deserto
FanfictionPeg e os humanos levavam uma vida tranquila agora. Tudo o que queriam podia ser conseguido numa incursão. Mas também algo que não queriam. Um dia, o que parecia inevitável acontece. Algo dá errado. Os humanos acreditam que Peregrina está morta. Mas...