X - Isola di San Clemente

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Elena conseguiria escapar do casarão, acompanhando o entra e sai dos criados que pareciam limpar a bagunça. Por sorte, não repararia em muito no que acontecia ao seu redor. Seu pensamento estava fixo em encontrar Rosa. Lorenzo havia falado de Francesca matando pessoas. Pobre Rosa! Tendo sonhos românticos com aquela mulher. Tremeu, sem saber o que fazer. A manhã estava gélida e uma pequena garoa caía. Se aproximou do seu cavalo e postou-se ali. Rosa não havia voltado para a cabana.   

- Onde está você, mulher... - Murmurou consigo mesma.

O tempo passaria e a ruiva chegaria a conclusão que Rosa não viria. De certo havia conseguido voltar para a cabana de outra maneira, pensou de modo positivo. Também poderia ter se entendido com Francesca e as palavras de Lorenzo seriam falsas. Podia estar entre as vítimas daquela noite terrível.

- Céus.

Montaria em seu cavalo e partiria de forma hesitante. Não sabia o que pensar. Galopou na direção de um lugar onde se sentiria em paz. Seguiu para o galpão de Dionísio e encontrou vazio. Era a folga dos homens, de certo. Prendeu seu cavalo no espaço de treinos e seguiu na direção da casa, batendo na porta que por sua vez abriu de imediato. Novamente encontraria o homem dormindo com o retrato sob seu peito. Já havia visto aquela cena. Se sentaria a sua frente e o observaria, sentindo uma estranha paz.

Dionísio abriu os olhos lentamente e não se assustou com a jovem o fitando. A presença de Elena lhe era agradável. No fundo achava graça em seus modos.

- Ei, você aqui... Me perdoou, é? - Falou um tom preguiçoso enquanto se espreguiçava.

- Perdoei...? - Elena pareceu confusa.

- É. Você saiu daqui bem nervosa outrora. - Ergueu-se da poltrona, colocando o retrato da menina sob a lareira. A moça deu de ombros e então forçou um sorriso, fazendo um sinal de censura com a cabeça.

- Está falando daquela sua falta de compostura? Já havia esquecido. Não me surpreendo com os modos dos homens. São todos animais. - Vociferou, mal humorada.

O homem arqueou as sobrancelhas e riu, dando de ombros. Não iria discutir com Elena, embora soubesse que ela tinha razão. Ele também achava os homens pouco dignos. Ele faria um sinal para que a moça o seguisse e ele a levaria na direção de sua pequena cozinha, onde sua criada deixara comida suficiente para o dia de folga de seus empregados. Jogou uma maçã na direção da jovem que a apanhou no ar e rapidamente e abocanhou. Compartilharam um silêncio pacífico, sem constrangimento algum. Por fim Elena se apoiou na mesa e tornou a falar.

- Eu ando muito infeliz, Dionísio.

- Posso notar

A mulher começaria a contar tudo que lhe aconteceu. Desde a morte de seu pai até a noite anterior, quando fora pega no quarto por Lorenzo. Com a última história conseguiu findar com o olhar severo de Dionísio e lhe arrancou uma risada divertida. Por fim começaria a rir também. Não havia espaço em seu coração para sentimentos ruins. Exceto a raiva que sentia de Lorenzo, esta não se findava nunca.

- Não deveria ter tido vergonha. Aquele homem já viu muitas mulheres em situação bem mais...Íntima.

- Pouco me importa, não tinha visto a mim.

- Acha que ele gostou do que viu... ? - Gracejou o homem, arqueando as sobrancelhas negras.

- Não. Eu acho que ele gosta de tipos bem diferentes do meu. - Riu. - Como Rosa. Não entendo como alguém passa por tantas indignidades e continua assim, tão...

- ... apaixonante? - Provocou Dionísio. 

- O que está insinuando?

Dionísio não responderia e Elena ficaria pouco satisfeita com os rumos da conversa. Por fim ergueu-se e perguntou se poderia descansar nos aposentos do homem e este lhe confirmou. Apesar de se conhecerem a tão pouco tempo já compartilhavam de uma grande intimidade. Por fim chegaria ao seu quarto e pegaria uma camisa deste e se despiria, colocando-a como pijama. Por fim soaria batidas na porta e o dono da casa chegaria.

Sob o Signo da SerpenteDonde viven las historias. Descúbrelo ahora